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A ELITE ATUAL É MAIS POBRE DO QUE OS CIDADÃOS NA LINHA DA MISÉRIA QUE DESEJAM SER RECONHECIDOS E INCLUÍDOS NA SOCIEDADE

É de notório conhecimento termos elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo, que estão mais interessadas em defender seus privilégios do que incluir quem não está dentro da panelinha e garantir direito de cidadania para todos, pautadas pelo seu arraigado conservadorismo que vem dos tempos de seus ancestrais, que já eram contra a abolição da escravatura – sendo atualizado, desde lá, contra os direitos trabalhistas, a aposentadoria, o 13º salário, os direitos da empregada doméstica, a lista é longa. Não querem mudar, nem muito menos se ajustar aos novos tempos de inclusão para todos. Por ser um socialismo disfarçado (possível de pôr em prática), encobrindo o capitalismo selvagem que desejam eternizar. 
Satisfazem-se em tornar perene a relação entre o patrão e seus serviçais, se pudessem assim mantê-los, sem se dar conta de que formam um agregado que, a exemplo dos escravos, também se comporta de forma subalterna aos senhores dos anéis da conjuntura atual, que impõem os padrões de Primeiro Mundo – basta ser um pouco mais inteligente para perceber o mecanismo, se não fossem uns hipócritas vendidos. Ou, então, aderem espontaneamente a essa ordem internacional com muito entusiasmo, ainda mais se comparada à pobreza e ignorância do Brasil, assim julgam os alienados que se entregam à devoção de valores materialistas e tacanhos que compram em larga escala para dar a impressão de que são superiores, se medidos pelo seu padrão de vida. 
Sem desconfiar que, aderentes a esse obsessivo, selvagem e voraz padrão de consumo em adoração aos valores estrangeiros, o nível superior cursado e a bagagem cultural herdada de sua família, da qual tanto se orgulham, em nada os autoriza a continuar discriminando o povo que migrou das rodoviárias para os aeroportos alegando falta de educação e agressão à gramática, posto que o maior nível de instrução e cultura transformar-se-á em pó se continuar demonstrando insensibilidade e desprezo pela condição humana, outrora servil, mas que reage a olhos vistos. 
De nada valerá nutrir ódio ou manobrar ou manipular, pois a estúpida insistência na diferença de nível um dia cairá por terra para dar lugar a uma afirmação progressiva de quem sempre esteve por baixo. Assim como ainda existe a lei do mais forte, persiste a lei da ação e reação, esta última não necessariamente exigindo o uso de força. 
Anteriormente aristocrática e monárquica, transitando para altas rodas do high society descrito em colunas sociais, a elite atual chegou ao cúmulo de não representar nada e até ser um artigo falsificado, igual as bolsas de grife que ela usa, com uma cultura chinfrim e um pezinho em Miami. Defendendo valores de uma estirpe que na verdade nunca foi, pois nunca cultivaram um estilo de vida que, por não ter gabarito, marcasse sua época. Nem sequer abusaram de uma ousadia e coragem para alçar voos que descortinassem um Céu que abrisse seus olhos, restringindo-se a uma vida mais limitada e culturalmente estreita porque encerradas num contexto de tradição, família e propriedade, que pressupõe obediência à hierarquia e à disciplina e não admitir ser torturada por desejos estranhos a essa ordenação de caráter ortodoxo, senão nazifascista, sem o menor contato com igualdade, fraternidade e liberdade para fruir um pensamento arejado. 
Tornando-se uma falsa elite, pobre de espírito, quando não inculta, sem a menor moral e cabedal para acerbamente criticar os que almejam ascender socialmente e serem respeitados. A decantada diferença de nível intelectual se esvai na mesma medida que o arcaísmo e a decadência se fazem presentes em seus valores furibundos, que vêm desde o tempo do onça quando ainda influenciavam o cenário político. Deveriam sentir vergonha de expor valores senis que não condizem com as transformações por que a realidade atual passa e observar-se melhor no espelho para não serem motivo de chacota.

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Antonio Carlos Gaio
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