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A ÉTICA DA OPOSIÇÃO

O Brasil não consegue evoluir sem se livrar do demônio da corrupção. Capaz de destruir redutos intocados da ética. Atraindo os delfins da moralidade. Como no getulismo dos anos 50 até Juscelino e no janguismo dos anos 60 até o golpe de 64, na busca por um regime de mãos limpas através da UDN e da classe média com bandeiras moralistas. Nadamos, nadamos e morremos na praia na luta contra a desigualdade, em favor da distribuição de renda, na radicalização da democracia para alcançar a independência e o maior acesso à informação, permitindo ao cidadão tornar-se mais livre. E não vamos muito além de ser ou não ser honesto, eis a questão. Quando as questões são pra lá do Bem e do Mal, pois o moralista de hoje pode ser o bandido de amanhã.
Acostumado a lidar com diversas linguagens na arte, o economista Arnaldo Jabor decreta que não há hoje em dia alternativa ao capitalismo, qual seja o adotado por FHC ou por Lula, baseado na falência de duas antigas virtudes: a fé e a esperança. Sentimentos que não cabem num mundo que banalizou o pensamento único. A globalização pasteurizou a macroeconomia e manteve a desigualdade que corrompe os políticos e os brasileiros. Compelindo-nos a voltar para o banco da escola e aprender ética, moral e história de nossa etnia, com o objetivo de cortar as cabeças certas. É preciso co-governar, com o cidadão constantemente fiscalizando o governo eleito. Perdemos completamente a confiança nos atuais políticos. À semelhança dos presídios modernos que controlam o comportamento dos presos através de circuito interno de TV, a movimentação bancária dos parlamentares teria que ficar disponível na internet.
O voyeurismo abalando um dos pilares da democracia: a privacidade. Caso contrário, ficamos sujeitos a impeachment. Agora que virou moda depois de Collor, enquanto FHC passou batido. Melhora o nível de investigação e de perspicácia dos inquiridores. Nos deixando com a pulga atrás da orelha de qual será o próximo a ir para o banco dos réus.
Lula não pode se considerar traído por José Dirceu, pois ele o conhecia muito bem e sabia do que era capaz. Um aparelho montado para ganhar eleição, sustentar aprovação de projetos no Congresso e prever um fundo partidário destinado à reeleição. Enquanto o eleitor jaz empalado por uma política econômica que não se renova e segue matando de fome o desejo dos carentes em ser um dia uma pessoa digna de viver em sociedade. Os economistas têm orgasmos com superávits, responsabilidade fiscal e aumentar imposto, jamais fazendo conexão com o Estado de insegurança que se espalha pelo Brasil.
No entanto, trocar Lula por Severino corresponderia ao Congresso dar um tiro na cabeça. Dar um fim ao que lhe resta de credibilidade. Quando basta dar corda para Lula se enforcar sozinho e cuidar para que a economia não naufrague. Para Lula chegar mortinho nas eleições. Um belo exemplo de ética da oposição que não disfarça o temor do apoio popular a Lula. Pena que essa sensibilidade não esteja a serviço do cidadão.

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Antonio Carlos Gaio
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