O que está por detrás da notícia em rápidas palavras
A IGREJA PRECISA DE UM PAPA PROGRESSISTA, MAS ELA JÁ OS BANIU A TODOS
Seria pedir demais que o novo Papa fosse Celestino V, monge
eremita italiano egresso da solidão contemplativa nas montanhas que, em quatro
meses, foi varrido pela politicagem vaticana em 1294. Não há mais como retornar
à vida de pobreza e silêncio de São Francisco de Assis. Assim como não há mais
que cultuar a infalibilidade papal. Se os problemas que Bento XVI enfrentou de
gestão, burocracia, intrigas e traições são como ainda estivéssemos na Idade
Média. No entanto, a Igreja Católica ignora o quanto ficou parada no tempo,
embora saiba que os seus problemas não são iguais nos diversos quadrantes do
planeta. Necessitar-se-ia dividir o poder papal pelos diversos continentes e
abdicar de um Papa de idade avançada, chefiando e presidindo a religião no
mundo inteiro. Bento XVI, com sua renúncia, abriu um precedente para o novo
Papa dedicar um maior tempo às questões espirituais, relegando a chefia do
Estado ao seu tamanho adequado – afinal de contas, dinheiro não traz
felicidade. Há que mostrar-se aberto para dialogar, e em redes sociais, com um
povo que não só está preparado como também espera
mudanças. O dilema é que a Igreja luta para defender a instituição. E se
preservar numa redoma posto que a lista de providências e mudanças não para de
crescer, afetando sua credibilidade, se nos detivermos apenas na pedofilia. A
Igreja tem se revelado incapaz de medir essa necessidade. Quem mandou banir
todos os clérigos progressistas? Acabou sendo consumida pelas próprias chamas
inquisitoriais, ao optar pelo conservadorismo e eliminar as vozes contrárias.
Ficou sem cabeças pensantes para encontrar uma saída espiritual. A não ser que
arrisque um novo passo.
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Antonio
Carlos Gaio
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