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A LEITURA DO DISCURSO DA DILMA BEM EXPLICADINHO PARA OS MILITARES ENTENDEREM

Na solenidade que instalou a Comissão da Verdade, Dilma foi de Galileu Galilei (“A verdade é filha do tempo, não da autoridade”) contra a ditadura militar – igualando-a à Inquisição. A força pode esconder a verdade (o aparato das Forças Armadas garantindo a verdade sepultada em inúmeras covas). A tirania pode impedir a verdade de circular livremente (a censura). O medo pode adiar a verdade (o temor de espíritos malignos de torturadores e, principalmente, de mandantes voltarem para nos assustar). Dilma descobriu que a palavra “verdade”, na tradição grega ocidental, é o oposto de “esquecimento” (os horrores da ditadura caírem no vazio com o tempo), cujo sentido extremamente forte, embora não acolha o ódio nem ressentimento, também não perdoa. Os militares não querem ser perdoados pelos anos de chumbo que infligiram à História do Brasil porque isso implica em culpa. Desejam sim atuar como hackers, pouco a pouco apagando de nossa memória os registros de tão triste história, para não passar à História como um foco do Terceiro Reich redivivo. Apostam na desinformação, na ignorância sobre a História e na memória fraca de brasileiros e brasileiras, demonstrando que a intolerância, dentre eles, não morreu. Desprezam a mobilidade social ocorrida, discriminam o ganho no nível de instrução da população e ainda guardam rancor dos parentes de mortos e desaparecidos políticos, por continuarem sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia. Não pode existir uma História sem voz. E quem dá voz são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. Mas o tempo acabou por trazer a luz. Esse tempo finalmente chegou.

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Antonio Carlos Gaio
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