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BANALIZAÇÃO DA CPI
As CPI’s que deram maior ibope e resultado foram as do impeachment do Collor, do Mensalão e dos Anões do Orçamento, nessa ordem. Mas os demotucanos não se conformam até hoje que o mensalão não tenha impedido Lula de se reeleger. Quiseram fazê-lo sangrar para morrer de anemia, motivando o cabra da peste a rasgá-los com a peixeira do voto. Ferida que não cicatrizou e insuflou a criação indiscriminada de CPI’s, esticando a corda até o fim do mundo e desgastando a histórica ferramenta de pressão contra os podres poderes da República. A banalização da CPI revela uma oposição sem projetos, levando o PT, um aguerrido defensor da ética no passado e autor de denúncias que balançaram o coreto de Collor, Sarney e FHC, a aprender a lidar com investigações no Congresso, utilizando a vantagem da maioria na base governamental e, especialmente, a experiência do seu principal aliado, o PMDB. Salvando a pele de Sarney e Renan, o PT permite a abertura da CPI, mas não a instalação, matando-a no nascedouro. Perdeu o PT, cujo discurso ético ficou relegado ao segundo plano e as reservas morais se exauriram. Perdeu a oposição na intenção. Perderam a democracia e o povo: a CPI cansou. Os mesmos que se cansaram de Lula esgotaram a CPI. E não é que todos nós perdemos?
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Antonio
Carlos Gaio
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