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CAPÍTULO XXX – PRECISAMOS LEVAR SUSTO PARA APRENDER

Uma queda no escuro de um cinema resultou no dente frontal avariado e na ruptura do tendão do meu bíceps direito, tendo que me submeter à reconstituição cirúrgica, de convalescença dolorosíssima em função da não adaptação à tipoia (que gerou bolhas) e da alergia a hospitais ter provocado um eczema cuja medicação prescrita me obrigou a suspender os remédios que combatiam as fortes dores da cirurgia, em virtude do temor que o fogo selvagem deixou em minha memória e em meu corpo.
Na mesma ocasião, uma amiga, com quem tive uma séria divergência, também sofreu um tombo feio e viu seu braço direito fraturado. Ambos penalizados no mesmo braço por não sabermos modificar padrões de comportamento que nos levam às turras, para depois não se ter ideia do que dizer um para o outro. Foi necessário que perdêssemos a autonomia (braço direito) para nos dar conta do quanto erramos com o susto que levamos.
Não é raro nos tornarmos cegos, como que pedindo para vir à tona algo grave de modo a nos permitir observar que muitas vezes se dá importância a coisas que não têm ou não deveriam ter importância. Qual a lição a ser tirada? Levados pelo orgulho, vos julgais mais do que sois a ponto de não suportardes uma comparação que possa vir a vos rebaixar, ficando encolerizados. Procurai a origem desses acessos de demência passageira que vos igualam aos brutos e vos fazem perder a razão e o sangue frio. Ou não é uma opinião contrária que vos faz repelir com cólera observações bem colocadas, senão sábias?
A trigésima intervenção espiritual, em 25 de novembro de 2016, se iniciou com cânticos para abrir caminho para os espíritos curadores e a leitura dos itens 7 (“A paciência”), 8 (“Obediência e Resignação”) e 9 e 10 (“A cólera”) do capítulo 9 (“Bem-aventurados aqueles que são mansos e pacíficos”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos. Assim sendo, não vos atormenteis quando dela sofrerdes. Sede pacientes! São mil alfinetadas alinhadas e prontas para vos ferir, daquelas que Deus colocou em nosso caminho para nos servirem de teste em nossos sofrimentos e colocar nossa paciência à prova. Portanto, perdoe! As consolações e compensações que teremos em contrapartida serão mais numerosas do que as dores – acredite, esse é o ponto. O fardo parecerá menos pesado quando olharmos para o alto do que quando curvamos a fronte para a terra.
Obediência e resignação são duas virtudes companheiras erroneamente confundidas como a negação da vontade própria, quando a obediência é o consentimento da razão e a resignação é o consentimento do coração. Ambas, forças ativas, pois carregam o fardo das provas que a revolta insensata não suporta.
Na sua impaciência, o homem colérico se volta contra tudo, pois adota a ideia falsa de que não se pode alterar sua própria natureza, julgando-se dispensado de corrigir seus próprios defeitos, o que aliás lhe exigiria muita perseverança. Se ele pudesse se ver a sangue frio, teria medo de si próprio ou até mesmo se acharia ridículo. Tal comportamento chega a alterar sua saúde ou comprometer sua própria vida, quando não o torna a primeira vítima. Ou mesmo correr o risco de cometer um ato de consequências não imaginadas das quais poderá se arrepender para o resto de sua vida. Não deixa de ter certas qualidades no coração, mas não para dominar essa tendência contrária à humildade, quase sempre se desculpando por seu temperamento.
O homem apenas permanece vicioso porque assim o quer. Mas aquele que quer se corrigir sempre tem a oportunidade. Ou a experiência não nos comprova até onde vai o poder da vontade através de transformações verdadeiramente miraculosas que diariamente vemos acontecer? Seja para o bem ou para o mal. De outra maneira, a lei do progresso não existiria para o homem.

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Antonio Carlos Gaio
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