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CARÊNCIA EMOCIONAL

Diz-se de carência emocional a criança que cresce sempre carecendo de amor, independendo se recebe muito ou pouco. Já nasceu subnutrida de atenção. Provavelmente originada no profundo abandono de vida passada. O resultado é que não consegue viver sozinha. Virou mulher, tem que arrumar um namorado, companheiro ou homem, se em constante estado pré-falimentar afetivo.
Há quem a acuse de necessitar, além da conta, do tradicional esporte que enlouquece as massas. O sexo. Igualmente disputado quanto o futebol, com uma pegação em todas as faixas do campo, marcação em cima, eventualmente podendo machucar, ora parecendo uma luta em que vale tudo, ora um balé acrobático, em que se procura a melhor posição para suprir a carência emocional com um orgasmo de se ouvir até nas antenas da mãe frustrada – quando a carência é emocional e não maternal. 
Há quem a acuse de não saber viver sozinha – os apologistas de antes só do que mal acompanhada. De não respeitar o resguardo regulamentar entre uma separação e esse louco amor que arrebenta os anteriores. De não guardar um mediano luto por um casamento de véu e grinalda que se foi – afinal de contas, não é a toda hora que se casa.
A carente emocional é acusada de banalizar o amor pela forma deletéria com que se entrega a um outro homem. Pela facilidade com que se apaixona. Provoca inveja nas julietas – Romeu não é o cara! Jamais ser viúva de um homem certinho que ainda nem morreu e que malbaratou a carência afetiva lançada a seus pés, para que ele a erguesse e juntos fossem felizes.
Por ser carente, a confundem com pobre ou menor abandonada. Despreparada para o futuro. Incapaz de dar continuidade às suas escolhas. No ritmo da corrente do rio, empurrada para encontrar o oceano e ver fugir a personalidade.
Um monumental erro de avaliação.
Viver, somente amando, é o seu lema de vida. Caso contrário, a vida perde o sentido. Tamanha devoção e fé em mover montanhas em nome do amor irrita os desencorajados e indecisos. Temem os riscos que dilacerarão o coração e teimam em se precaver, apreciando o panorama de cima do muro, sem gozar da sensação refrescante que torna sua boca apta a beijar mais e mais.
Em sã consciência, será que alguém tem moral, nesse mundo, para acusar quem quer que seja de carência emocional? A insinuar falta de amadurecimento, portadora da síndrome de Peter Pan, carente de mimo, a ser o centro das atenções. Quando o que mais falta no mundo é amor e, por isso, somos todos carentes.

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Antonio Carlos Gaio
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