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DILEMA DE CAROL

Difícil se chegar a um acordo com Carol, pois de quem ela mais gosta, mais ama, é a quem mais hostiliza e não tem complacência nem dó, entremeando com amor dócil, apaixonado e fiel – esse é o dilema de Carol.
Infeliz sua comparação com a Escolha de Sofia em que foi a escolhida pelo seu amado para ser remetida à câmara de gás. Um disparate para refletir seu derrotismo ao ter feito escolhas equivocadas na vida ou não ter tido coragem para enfrentar desafios, pautada pela baixa autoestima que sinaliza que as escolhas devem buscar a segurança, acima de tudo, para não incorrer em fracasso.
O seu total complexo justifica a tendência de ser sempre abandonada ou apenas ser a outra, pois provoca brigas sem sentido e implica com o universo de seu querido, bem como seus pensamentos, sem dar um mínimo de trégua, apenas para provar que não merece ou desconfia de um amor tão grande quanto esse. Como se bastasse resolver a questão existencial de que quanto mais ama, mais aumenta o seu sofrimento, de modo a estar pronta e preparada para ser uma verdadeira mulher numa relação.
Ou seja, ainda que Carol não fosse a outra, não iria mesmo dar certo, pois certamente ela iria dar cabo dela (a relação) de qualquer forma, obrigando-o a partir pra outra.
Muito embora Carol reconheça atualmente o amor dele por ela, depois de séculos de teimosia asnática, ainda assim taxa a sua maneira de amar como egoísta, abalroada por sua estupidez que o acusa de não se importar com ela e de não estar nem aí para o fato dela sofrer ou não. Quando o amor dele é capaz de ultrapassar muitas barreiras, porém defende que necessitavam construir uma relação equilibrada e amiga, e não de inimigos peleando.
Carol é quem, na verdade, fez a escolha de Sofia, ao se sacrificar e desistir de tudo para optar em viver com seu querido amor apenas em sua mente: “Te amo demais, você sempre será o amor da minha vida, gostaria de ter podido ficar com você para sempre” – o tempo e o vento nunca conseguirão diluir o amor melodramático.
Quem jamais acredita em espíritos, que vão e voltam para abrir nossos olhos e não para nos deixar com medo, acaba como a Carol, triste, pessimista, infeliz e sem saída – suas palavras assim a denotam.
Mas ela não teve fé, a fé cega e religiosa de crer. Escolada se julga, sem ter a menor noção da repercussão de palavras tão aziagas que lançava a esmo, caso contrário, não se arriscaria tanto em usá-las para injuriar.
Carol está tão arraigada ao seu dilema, que não teve espaço e discernimento para conhecer direito o homem que amou muito e se relacionou com outro homem, na mesma pessoa, distinto daquele que pensava ser. Aquele com quem se relacionou não era de quem tanto reclamava e julgava ser. Havia um inimigo obsessor dentro dela que a impedia de enxergar claramente e turvava suas águas em que pretendia se banhar com ele e abençoar o casamento de ambos.
Os homens não estão preparados para compreender a alma feminina e decifrar o enigma contido no Dilema de Carol, que reforça o estereótipo das mulheres, a seu julgamento, quais sejam: não saberem decidir, ora optando, ora desistindo; hesitarem; mudarem de opinião para onde o vento suspirar; voltar atrás sem a menor coerência; amarrar uma tromba sabe-se lá por que motivo; seduzir pelo puro esporte; o desplante de desprezar; não largar do pé; descartar com a maior facilidade; ser viscosa; ser distante, enfim.

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Antonio Carlos Gaio
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