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EM QUE MUNDO O PAPA VIVE?
Bento XVI endossa o cardeal Alfonso Trujillo: a camisinha cria uma falsa sensação de segurança e o método não é eficaz no bloqueio de contágio. Fazer tal afirmação logo na África abaixo do deserto de Saara, na cara de 22 dos 33 milhões portadores de HIV existentes no mundo? Se comparada à vida dos africanos, a balança da justiça da Santa Igreja pesa mais para o dogma católico xiita de que a AIDS se enraizou no homossexualismo e se estendeu aos heterossexuais e desviantes, a partir do desregramento dos costumes sexuais e da prática da libertinagem, que provocou o castigo dos Céus. Parecem portadores da ira de Deus, eivados da culpa e da vergonha com a epidemia de pedofilia que grassou em desvãos eclesiásticos, dentre seus membros mais eminentes. Os caminhos para interromper a doença infecciosa são a abstinência sexual antes do casamento e a fidelidade. Será que o Papa desconhece que, se o casamento estiver naufragando, a falta de apetite sexual ocorrerá por si só, pelo fato de pelo menos um dos cônjuges não estar mais amando? Sexo não é tudo, mas infelicita a ambos, com todas as idas e vindas. Se sexo no casamento não é pecado, também não se pode forçar fulano a viver com sicrano para todo o sempre, se o clima se tornou insuportável – não somos santos e divergências são normais, até quando a Igreja excomunga. Portanto, com o andar da carruagem, é natural se debruçar sobre a janela, ver a banda passar, cantando coisas do amor. O amor pode te chamar e não é infidelidade.
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Antonio
Carlos Gaio
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