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FREDDIE MERCURY

Tem certos artistas que morrem e deixam saudades como se fossem nossos parentes queridos. Saudades que aumentam conforme o tempo passa.  Como se tivessem feito parte de nossas vidas, e fizeram mesmo.
Freddie Mercury marcou época; o antes e o depois de uma geração que não se delimitou por idade. Como pioneiro de cantor e intérprete, ao mesmo tempo proporcionando um espetáculo sem paralelo no palco. Um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo.
Surgiu de dentro da banda Queen, cuja identidade roqueira foi sendo esculpida no meio de constelações como Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd e U2.
Nasceu de pais indianos em Zanzibar, região insular da Tanzânia, sendo batizado de Farokh Bulsara. Teve uma educação religiosa, estudou em tradicional colégio inglês na Índia e era conhecido como aluno exemplar e de personalidade bastante introspectiva. Mudou-se para o Reino Unido em plena revolução de costumes nos anos sessenta, que abalariam a sexualidade na casa dos lordes e dariam início à estética gay.
Mercury compôs muitos dos sucessos da banda como hinos eloquentes, a exemplo de “Love of my life” e “We are the Champions”, cujas exibições ao vivo se tornaram lendárias. Com que facilidade Freddie dominava as multidões! Os seus improvisos vocais arrebatavam o público e tornaram suas turnês um enorme sucesso nas décadas de 70 e 80. Dono de uma voz, senão lírica, potente, poderosa, tonitroante, máscula, a mais forte de todos os tempos na música pop.
Freddie Mercury, o Queen e precursor das drag queens, dos artistas performáticos que se travestem com o maior senso profissional. No entanto, surpreendeu ao exibir nos shows um figurino macho, com quepe de polícia, camiseta justa, cabelo curto e bigode, a sua marca na liberdade sexual que incendiava a década de 80. Quis assim mostrar ao mundo hétero e careta que o mais macho dos homens pode ser gay.   
Sua vida particular, por outro lado, era a de um recluso, longe dos holofotes. Sua timidez o levava a evitar tudo que fosse mundano, até para fugir da notória difamação dos tabloides ingleses, que exploraram em manchete “todos os homens da rainha”, numa referência ao Freddie do Queen, quando ex-amantes seus morreram de Aids consumindo drogas maciçamente.
Corria o ano de 1988. O vírus da Aids significava não apenas estar com os dias contados para morrer, como também a condenação dos gays como símbolo da infecção pelo predominante conservadorismo da opinião pública. Freddie Mercury preferiu interromper o tratamento contra o avanço do HIV e acelerou sua morte.

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Antonio Carlos Gaio
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