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HANNAH ARENDT

Hannah Arendt

Hannah Arendt

O filme “Hannah Arendt”, de Margarethe von Trotta, não é somente o encontro da judia Arendt com o nazistoide Adolf Eichmann no julgamento em Jerusalém e sim a coragem e força de Hannah devotada ao pensamento, muitas vezes confundido com arrogância por ela não temer bater de frente com a comunidade judaica. Segundo essa grande pensadora dedicada à compreensão do mundo, tudo compreender não é tudo perdoar, seja os regimes totalitários, fascistas ou comunistas, ou tampouco Eichmann. Sua maior controvérsia levantada foi em torno da banalidade do mal. A falta de pensamento, a preferência pela superficialidade, ou quanto mais a pessoa não se aprofundar e preferir se manter à superfície, farão com que mais facilmente ceda ao mal, arrastada pela platitude e ao caráter dos sem expressão e medíocres. A banalidade do mal foi equivocadamente interpretada pelos judeus como se Hannah Arendt estivesse se referindo à tragédia das vítimas do holocausto como algo banal, em reação a eles terem se sentido ultrajados por ela ter abordado o colaboracionismo judeu com as práticas de extermínio nazista. Quando Hannah Arendt não enxergava nos nazistas que não pertenciam à cadeia de comando um antissemitismo fanático, e sim apenas a ambição por progredir em suas carreiras e subir na vida, comparando-os aos burocratas do mundo de hoje, considerado por ela como a mediocridade pequeno-burguesa. Partindo do pressuposto de que a fenomenologia do mal se manifesta na superficialidade das coisas face à normalidade das condições em que se reproduziu a monstruosidade atípica dos crimes nazistas em tão pouco tempo. Nosso mundo é capaz de produzir muitos Eichmanns, que, sem que sejam percebidos como tais, alguém terrível e horrivelmente normal, são peças decisivas para engendrar uma máquina que se aproprie de nossas mentes, sendo necessária uma permanente vigilância para garantir a defesa e a preservação de nossa consciência.

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Antonio Carlos Gaio
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