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HOMEM NÃO PODE VER MULHER MUITO AMADA POR SEU MARIDO QUE MORRE DE COBIÇA

Homem não pode ver mulher muito amada por seu marido ou companheiro que morre de cobiça. Se ele faz tudo por aquela mulher, sem ser dominado ou encantado por uma personalidade que o redime de sua mediocridade, é porque ali tem. O seu amor não se ilude com o porte, a elegância ou a altivez dela, se existir, posto que pode transparecer trivialidade. Nem com inteligência, embora ponha mesa, pois o excesso de palavras despejadas em rasgos intelectuais o afasta do âmago do amor.
O que interessa é qual o segredo que ela esconde em seu interior para ter roubado a alma daquele que conquistou um lugar ao lado dela.
Seu rival mostra-se disposto a se jogar aos pés do objeto cobiçado, sem implicar em dar espetáculo. Primeiro há que observá-lo para sentir como desfruta daquele tesouro. Preciosidade, diga-se de passagem, aparentemente inexistente de tão fugaz, ressabiada com tudo que a cerca. Senão invisível. Ou só visível através do parceiro que a ama, incondicionalmente. E é isso que atrai seu rival cobiçoso, um tremendo lobo solitário em suas investidas irrealizadas, tanto que deseja abocanhá-la como um animal predador, da forma mais irracional possível.
Quisera o cobiçoso poder confessar o que sente e abrir o jogo com seu rival para evitar melindres desnecessários, mas é que não há possibilidade de acordo. Pois jogar aberto significa disputá-la.
Não cabe, no caso, o rapto da sabina para saciar seu rei. Ela é que tem de notar na cobiça que ele existe, possui uma personalidade ímpar, que vai mais longe, capaz de trocar sentimentos e ideias que darão uma dimensão maior ao relacionamento, não permitindo ela ficar aprisionada à fugacidade. Compreender-se-ão melhor, sem deixar nas mãos da intuição o porvir. Ceder espaço à intuição é perigoso devido a sua natureza inconstante e leviana. Ele, o cobiçoso, oferece consistência: a consciência, que supera com larga vantagem a improvisação no amor ou o desconhecimento em que pé se encontra o relacionamento.
Cobiçar a mulher de outrem é um dos pecados que mais se esvaziou por haver se transformado na banalidade do mal, ultrapassado por vencer as barreiras do tradicional casamento em nome do legítimo amor que assomou à sua frente, de forma não esperada. Nunca estamos livres disso acontecer, por mais crescente que seja a perda da vitalidade e a queima de neurônios que nos desmemoria.
O mundo não é só mais dos jovens em ritmo acelerado. O amor tornou-se mais equânime e acessível a todos em progressão geométrica, fazendo com que a cobiça por uma mulher muito amada por seu marido ou companheiro não se constitua numa mera inveja, traduzido pelo desejo de conquistá-la a qualquer preço. E sim uma frustração de algo que o homem nunca pôde realizar em seu reino por não ter se permitido entrar em contato com os sentimentos comuns que impregnam a vida e a incapacidade crônica de entrega que sempre desprezou ou minimizou ou mesmo escamoteou, senão evitou.

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Antonio Carlos Gaio
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