Victor Hugo, autor de “Os Miseráveis”, perguntou para os Espíritos o que deveria fazer em seu exílio para continuar a escrever sua obra-prima, que levou cerca de 30 anos para conclui-la de vez em 1862. Eles manifestaram: “Être inspiré”. O que significa “estar sempre inspirado” ou “manter-se inspirado”. Por esta via, os Espíritos se comunicariam com ele para ajudá-lo a prosseguir na obra de grande importância para o ser humano. Exilado político na ilha de Guernsey, localizada no Canal da Mancha, o autor de “O Corcunda de Notre-Dame” começa a descobrir o Espiritismo com a morte de sua filha Léopoldine, e a realizar experiências espíritas relatadas no seu livro “As mesas girantes de Jersey” (“Les tables tournantes de Jersey”). Contemporâneo e amigo de Allan Kardec, tornou-se um dos principais precursores do espiritismo, conseguindo entrar em contato com “os seres que povoam o Invisível, e que veem os nossos pensamentos, pois há vinte cinco anos me ocupo dos assuntos que a mesa suscita e aprofunda”, conclamando a ciência a ficar mais atenta na presença do extra-humano, e conferir maior seriedade aos fenômenos espirituais, cujos limites ninguém conhece, nem de onde viemos e nem para onde caminhamos.
O que levou Victor Hugo a abrir as portas do Espiritismo? Sua filha quis casar-se com 15 anos, ao que ele não deu permissão, recusando-se a sequer visitar sua moradia, em retaliação, quando ela uniu os laços em matrimônio, mais tarde. Primogênita, ele a tinha como sua herdeira em talento e futura parceira inseparável de tertúlias literárias. Léopoldine não se encolheu e passou a escrever-lhe cartas diárias de cinco páginas, cada. Até ela, com 19 anos, e o marido morrerem no naufrágio de um pequeno barco, em que seu vestido ficou preso na casquilha e ele preferir morrer, tentando salvá-l
Eis que, em sessão de mesas girantes, surge o Espírito de Léopoldine para Victor Hugo indagá-la: Qual é seu nome? Morte; acidente; tráfego. Você é feliz? Sim. Onde você está? Luz. Como podemos te encontrar? Amor. Victor Hugo não perguntou: Estás em outro mundo? Ela acharia desnecessário esclarecer que a alma sobrevive à morte.
O que somos nós senão criaturas recobertas de escamas pesadas sob todos os pontos de vista? Não somente os olhos, mas todas as possibilidades confiadas a nós hão sido eclipsadas pela nossa incúria através dos séculos. Mãos, pés, língua, ouvidos, todos os poderes da criatura permanecem sob o venenoso revestimento da insensatez, do egoísmo, do orgulho, da idolatria e da preguiça.
Não se cura apenas retirando a venda dos olhos e restituindo-lhe o dom de ver. O Senhor apenas permite que te devolvam os olhos, desde que, vendo claramente, retifiques a vida por ti mesmo.
Deixe um comentário