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VÍTIMAS DO CARNAVAL

Joãosinho Trinta, inventor dos padrões atuais do desfile de escola de samba, foi demitido da Acadêmicos da Grande Rio ao esquentar uma polêmica com a Igreja por conta de alegorias representando o kama sutra quando o enredo era sobre camisinha. Se colocou acima da escola ao cobrir posições sexuais que todo papai e mamãe deviam aprender ao invés de ficar de butuca nas madrinhas da bateria. Deixando os jurados em sinuca de bico entre julgar a censura ou a personalidade de Joãosinho embutida na fantasia carnavalesca.
A Estácio de Sá foi relegada à 3ª divisão com o enredo “Fome Zero”, um mau presságio. Enquanto a São Clemente, com o “Cordel da Galhofa Nacional”, caiu na segundona e na besteira de aceitar a censura do PT no delírio de atear fogo ao seu passado fingindo que governa. Tio Sam “se aliviando” numa das cúpulas do Congresso escandalizaria o público amante de Xuxa, tema da Caprichoso de Pilares, muito mal recebido pelos jurados que se irritaram diante do ícone infantil querido em contraste com um tratamento adulto exigível para a competição. Queriam o quê? Penetrar na cabeça dos pais e revelar segredos nunca dantes expostos em pleno desfile?
Pior mesmo foi a maldição da Portela, equiparada à maldição de Montezuma, o piriri causado pela comida mexicana. Rebaixou à 2ª divisão a Gaviões da Fiel, escola do Corinthians e de Lula, depois dela representar o samba de raiz perante os árabes na última viagem de mil e uma noites do presidente. Aguarda-se para o próximo périplo o convite à Mancha Verde, a escola do Palmeiras que ascendeu à primeirona.
Mais realistas do que o rei. Mas longe de se compararem a jurados. Adilson Gomes de Oliveira, ao julgar o quesito conjunto, além de não ter dado um único dez, sapecou notas baixas a três por dois. Alegou falta de criatividade num ano em que a pirâmide humana simbolizando o DNA da Unidos da Tijuca foi o ápice do orgulho da raça brasileira. Faltou fantasia no seu espírito de porco carnavalesco, com o tempo o pierrô apaixonado desiste de chorar pela colombina.
Mais uma vez a raça de jurados vitimou escolas ao interferir no resultado, atacando de tecnicismo a espontaneidade e a alegria de brincar da Império Serrano. E olha que não levaram em consideração o jogador Edmundo circulando pela Sapucaí para compensar seu ocaso, atravessando a evolução de todas as escolas como o bobo da corte, sem vestir a camisa de uma sequer. Envergava somente a camiseta de um plano de saúde, em autêntico deboche da Justiça, que o condenou em 1ª instância por direção perigosa ao vitimar 3 jovens incautos. Em flagrante desrespeito às vítimas de acidentes de trânsito, bateu de frente com o enredo da Mocidade Independente: “Não corra, não mate, não morra. Pegue carona com a Mocidade! Educação no trânsito”.
Carnaval é brincadeira? Experimente ser dispensado pelo parceiro quando estiver no ponto. A fantasia não disfarça.

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Antonio Carlos Gaio
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