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O AMOR NA ERA DA INDIVIDUALIDADE

O futuro já chegou. O início do novo milênio coincide com o ingresso na era da individualidade ao incrementarmos o uso do celular, do laptop, smartphone, iPhone, iPad, a fila anda. Interferindo nas ondas que regulam o comportamento humano com reflexos profundos nas relações afetivas e revolucionando o conceito de amor pari passu com o avanço tecnológico, que fez crescer o tempo voltado para si e diminuiu o pavor de ficar sozinho.
O ser virtual, então, é um egoísta? O egoísta procura sugar a energia de suas vítimas. Não tem cacife próprio. Entra na sua casa sem pedir licença. Portanto, há que estabelecer o que distingue a individualidade do egoísmo. À primeira vista, ambos só pensam em si.  
A grande novidade atual é o respeito à individualidade, sem que isso interfira no prazer de estar junto. Não há mais espaço para uma relação de cobrança em que cada um transfere para o outro o mal-estar que vai tomando conta do bem-estar que os levou a se juntarem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. O amor não pode ser a panaceia do mundo a ponto de acabar com nossas vidas se não sair do jeito que imaginamos. O egoísmo dessa ordem religiosa perdeu a validade. 
A necessidade de encontrar a cara-metade, que implicava até na descaracterização da mulher, cedeu terreno para o relacionamento em que o virtual prepondera. Derrubando a tese dos opostos se atraírem. O amor regido pela carência trocado pelo desejo puro e simples de ambos, buscando cada metade se satisfazer com o inteiro: a unidade no individualismo. Tornando mais frouxos os conceitos morais sobre sexualidade. Afeiçoar-se é diferente de precisar. Não existe mais príncipe encantado ou salvação da lavoura. A solidão pode vir de encontro às suas necessidades. Ficar sozinho não é vergonhoso – ao contrário, dá dignidade à pessoa. 
Primeiro o ser humano inventa, para depois ir readaptando o mundo à sua volta em função da criação. O amor ganhou nova feição e conteúdo com ênfase na individualidade. Visa a aproximação de duas ilhas sem que haja invasão ao terreno do parceiro. Nosso modo de pensar e agir com base em padrões que nos foram ensinados ou que aprendemos nos últimos vinte anos não serve mais de referência para avaliar ninguém. 
A individualidade suplantou o egoísmo.

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Antonio Carlos Gaio
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