O que está por detrás da notícia em rápidas palavras
  
  
Arquivo
Arquivo
abril 2024
D S T Q Q S S
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930  

O BICO DOS SEIOS

Quando os homens se põem a imaginar o feitio do bico dos seios, essa fixação vai longe a ponto de desnudarem as mulheres com seus olhos vorazes de colonizador que explora suas capitanias, possessões e tribos, como bem entender. Ou escraviza.
O bico das índias. Escuro, no meio de uma enorme rodela morena, como um sol se pondo, ainda redondo e vivo. Ao longo do tempo, o seio cai de tal maneira, indo até o chão, que desmancha a fantasia de que a índia pertencia a vários. Eles só compreendiam o espírito lúdico com que as índias lidavam com sexo, se correlacionassem a orgia. Para não caírem no lugar-comum da posse e da exclusividade, seu habitat natural.
O bico das negras. Brotados de seios maternais que já deram de mamar a bebês e homens, onde mãos sedentas se espalham, acariciam e os empalmam à perfeição. Ao longo do tempo, conseguem se manter rijos pelo deleite que arrancam de homens boquiabertos com sua sexualidade, que não morre nunca. Uma disposição a qual não alcançam.
O bico das brancas. Oscila entre o bico magro e pontiagudo, tiritando de frio, e a mamalhuda, cuja abundância de vaca leiteira inspira fantasias inconfessáveis. Peitos abertos que, descobertos, despertam sua própria natureza, reservada a quem souber decifrar a sensibilidade particular do universo das mulheres. Considerado dos mais restritivos.
O peito pequeno. O peito de menino. Sempre fixo como uma campainha para quem souber apertar com ternura, atiçando a satisfação. O mais sensível ao toque por cima da blusa. Atualmente em extinção com o silicone – o grande sempre desejoso de esmagar o pequeno.
O peito de Afrodite. O esplendor da beleza grega. Sempre em pé, altivo, elegante, impõe respeito. Mais para ser admirado. É dos deuses. A rigor, não merece que boca nenhuma prostitua sua integridade, deforme suas linhas, desvirtue sua inspiração e sufoque o desejo com que os seios costumam calar os homens. Tamanho o impacto que o bico dos seios, em suas variadas formas e nuances, provoca quando os homens se deparam com uma obra de arte. O descontrole sobrevém na compulsão de afogar-se nos seios. Seu sentimento imediato é o de saquear.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Antonio Carlos Gaio
Categorias