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O COMPLEXO DE ÉDIPO USADO PARA DETER A MULHER EM SUA EVOLUÇÃO

Era uma vez uma senhora Elisa de 71 anos com 5 filhos e 8 netos, viúva há 10 anos, que, de tempos em tempos, cruzava na feira dominical com o senhor Fernando, de mesma idade, igual número de filhos e outros tantos netos, separado há 10 anos. Ambos se conheceram no mesmo colégio na tenra idade, mas seguiram destinos diferentes.
Ela casou-se com 17 anos e não conheceu outro homem, senão o marido, até sua sorte deparar-se com a do senhor Fernando. Ele foi bater na porta do consultório dela para manifestar seu interesse e ela achou que merecia nova oportunidade, ainda nessa encarnação.
Ambos moram sozinhos em apartamento próprio. Com uma diferença. As portas estão sempre abertas na casa do senhor Fernando para bem acolher filhos e netos a qualquer hora, pois ele é aposentado e o seu tempo enriquecido com o calor humano. Enquanto a senhora Elisa é muito ocupada, mal dividindo seu tempo entre clientes e afazeres acadêmicos, não tendo tido tempo para mudar sua casa que ainda preserva a cara do falecido.
As filhas do senhor Fernando resolveram encrencar com quem poderia se converter em sua madrasta por temerem esbarrar com a distinta senhora Elisa aboletada no leito de seu pai, e atiçar o complexo de Electra – ligação extremamente intensa da filha com o pai. Isso para não ser tão incisivo e insinuar o desejo de ter relações sexuais com o pai, estimulado pelo entra e sai na casa do pai, que virou uma mãe para as filhas, embora a verdadeira esteja viva.
Mas o conservadorismo pior só podia se originar do homem. Personificado pelo filho da senhora Elisa, fazendo valer sua condição de primogênito e que, na falta do patriarca já falecido, é quem pretende dar a última palavra sobre os rumos da família. Psicólogo como a mãe, o filho da mãe não aceitou a relação da mãe com o senhor Fernando, trazendo à cena o complexo de Édipo, brilhantemente sacado por Freud – tido como procedente de uma ligação excessiva à mãe e por sentimentos de ciúme com relação ao pai. Problema que considerava resolvido com o falecimento de seu pai, e desgraçadamente revivido.
Sem contar a disputa de pênis com o futuro padrasto. Face a não se sentir capaz de encarar uma relação com uma mulher resolvida como sua mãe, sem o temor de buscar o prazer na idade do futuro padrasto, idade essa limítrofe, que já foi 50 até os anos 1960, 60 no restante do século XX e, no século XXI, a expectativa de vida avança sobre os setenta anos.
Fazendo o filho da terapeuta sentir medo de viver sozinho no limiar dos setenta anos, tal como o futuro padrasto, que deseja casar-se com sua mãe para desfrutar das delícias do casamento. Invertendo por completo os fatores da sociedade de antanho, quando a mulher é quem queria casar para granjear respeitabilidade e ser considerada uma mulher normal. Sua mãe hoje prefere manter sua residência incólume desses homens inseguros a ter que cuidar deles. Para que mexer em time que está ganhando?

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Antonio Carlos Gaio
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