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O QUE HÁ DE MELHOR PARA SER VISTO ENTRE OS QUE DISPUTAM O OSCAR

Nada melhor para convalescer de uma cirurgia delicada do que assistir filmes oscarizáveis e constatar como o bonequinho dormiu no ponto como no filme “O jogo da imitação”, o melhor de uma safra abaixo de outros anos. Um filme com o melhor ator (Benedict Cumberbatch), que supera “Boyhood” com o melhor diretor (Richard Linklater), que teve a audácia e a coragem de filmar ao longo de 10 anos (em quatro etapas), da infância à adolescência, o crescimento de um garoto entre seus pais divorciados, com os mesmos atores – pode levar o Oscar pelo ineditismo. Comovente a cinebiografia de Stephen Hawking em “A teoria do tudo”, contando como ele enfrentou a doença motora degenerativa em meio às suas descobertas importantes sobre o tempo, ao casamento com 3 filhos e à separação. Contudo, o conselheiro eleitoral do Oscar bem pode eleger “Birdman”, uma ode à classe artística lutando por reconhecimento e um espaço na Broadway, não perdoando os críticos que, por sua vez, não perdoam artistas que já foram super-heróis ou donos de grande bilheteria e desejam voar alto em trabalhos sérios, de alto nível cultural. Não há como entender a indicação de “Foxcatcher”, um filme que não desperta o menor interesse, a não ser do público masculino americano. “Grandes olhos” não chega a entusiasmar, embora nos venha dar conhecimento da reprimida e introvertida pintora Margaret Keane nos anos 50, reproduzindo crianças com olhos grandes – excepcional arte pop -, sendo explorada pelo seu marido sem nenhum talento, exceto o de marqueteiro. O ator J. K. Simmons já levou em “Whiplash” a láurea de melhor ator coadjuvante ao destilar sadismo e maldade pura, ultrapassando todos os seus limites ao preparar um jovem baterista que deseja ser o melhor de sua geração. A maravilhosa Marion Cotillard, na estupenda realização dos irmãos Dardenne, “Dois dias, uma noite”, apresenta-se sem maquiagem ou glamour nos embasbacando, mas o Oscar de melhor atriz já é de Julianne Moore em “Para sempre Alice” – faz por merecer há muito tempo. O Oscar tem disso, nem sempre premia o melhor e, quando erra, compensa como qualquer juiz de futebol.

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Antonio Carlos Gaio
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