No momento em que o Brasil se impõe, em tempo de crise, como grande contratante e parceiro de negócios no panorama internacional, não cabe questionar se a paz está acima dos submarinos nucleares, se ainda existem piratas e se plataformas de pré-sal serão instaladas a 300 km da costa. O dinheiro invertido em artefatos de guerra é uma fortuna que não condiz com as prioridades do combate à miséria, através do Bolsa Família? Claro que Lula quer demonstrar perante os militares que nunca houve antes um governo de líder sindical nordestino que desse tanta força e prestígio às Forças Armadas, mesmo tendo sido preso pelos milicos de 1981. Mas o nosso litoral é além da imaginação – banheiras velhas mal enxergam quem vem e quem vai e urubus derrubam aviões. O Brasil está na obrigação de desenvolver e dominar a cadeia de conhecimentos de submarinos, helicópteros e caças, se não quiser se acomodar num papel secundário. Se, ao processar urânio para fins pacíficos, passou a dominar a tecnologia necessária para a fabricação da bomba atômica, cabe, então, buscar alianças estratégicas com uma ou mais das grandes potências e não estacionar na única opção dos Estados Unidos ou em sua subsidiária – a Inglaterra. Se a França tem o maior interesse em recuperar seu prestígio e se dispõe a partilhar poder, a Embraer é moeda de troca e o pré-sal vai ser o nosso avalista.
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