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“POR ESSA MULHER EU LARGO ATÉ O MEU CASAMENTO!”

As mulheres capazes de levar o homem a abandonar o casamento merecem um capítulo à parte. Se solteiro, diria: “Com essa eu até me casaria!”. Apesar de tudo estar correndo bem em seu casamento ou relação.
Não é só porque ela é bonita e com um belo corpo. Mesmo que não possua predicados interessantes. Não, é muito mais que isso. Sua sensualidade atravessa fronteiras inimagináveis e, ainda que ela fosse lésbica, ele quebraria lanças para ir ao seu encalço e sequestrá-la para ela viver em seus domínios – palavras que bem traduzem até onde o seu desejo comanda seu sentimento de posse.
Para o homem, há quem confunda tamanho arroubo com sexo. Quanta vulgaridade! Por outro lado, é bem verdade que não há nenhuma nobreza nesse sentimento. Nem mesmo elegância ou romantismo, posto que seu equilíbrio fica desassossegado quando põe os olhos nela. Ainda mais se desviam para sua bunda ou seios, principalmente se não realçados pelo que escolhe vestir – como querendo desvelar esse mistério que se apossou dele. Sua voz com um sotaque inconfundível, sempre cheia de energia e jamais depressiva, com certeza, é um toque que ele entende como um convite para partir pra cima dela – com o caráter de uma compulsão.
Quando o que existe de concreto é tão somente arrebatamento, no qual mergulha para escurecer tudo ao seu redor e só enxergar a estrela que cintila diante de seus olhos, como se ela o tivesse encantado ao jogar pó de pirlimpimpim em seu rosto, fazendo as vezes da fada Sininho, induzindo-o a almejar tocar, pegar e colher a flor em suas mãos. Sentir o seu cheiro, mesmo que atípico, portador de um azedume que parece fazer troça de sua cara.
Não importa, deseja se adaptar ao que lhe é estranho. Se apaixonou por ela, ato contínuo. Se é assim, imagine ao seu lado na cama, quando o cheiro de sua boca ao amanhecer revela a intromissão de pesadelos e a reveste de um amargor – a outra face do azedume -, vencendo a batalha dos sonhos. Embebido em sua magia, esse homem degusta sua boca como se fora o néctar dos deuses, posto que tudo nela reflete a perfeição. E perfeição não se explica, apenas se deleita, gozando de sua entrega quando nele confia sua intimidade e o que tem de mais sagrado, onde ela guarda seus segredos mais inconfessáveis que ele terá de abrir, como quem desfolha uma margarida, com paciência, passo a passo, até ela nele confiar.
Não é para menos, nunca havia se deparado com coisa igual. Nem lhe passou pela cabeça experiências anteriores do gênero para não instilar desconfiança. Já as tinha guardado num escaninho da mente por considerá-las apenas uma fantasia que não valeram a pena.
Se a mulher espera por um Príncipe Encantado, por que não ele por uma mulher que o faria abandonar um casamento seguro e estável, feliz mediante a apreciação dos outros? Por uma mulher que, certamente, não seria a Bela Adormecida, mas que sempre deixa sua boca ressecada ansiando por molhar sua goela e matar a sede com seus beijos encharcados de luxúria. Uma mulher que corta o seu riso fácil e o enlouquece para romper com o falso equilíbrio do relacionamento seguro e estável, adquirindo o direito à felicidade de fato.
Por essa mulher eu largo até o meu casamento!

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Antonio Carlos Gaio
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