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RÚSSIA DE PUTIN, DA UCRÂNIA AOS ENVENENAMENTOS

A Rússia não sabe o que faz com a Ucrânia. Nem bem ela anuncia vitórias, o triunfo não é completo e dá margem a um confronto típico de guerrilhas, nas quais os ucranianos estão se esmerando a partir de armamento fornecido pelos Estados Unidos e países de língua inglesa associados aos membros da OTAN.
A expectativa era de ocupar um país amedrontado pelo aparato russo e encontrou resistência heroica, obrigando a Rússia a rever suas estratégias, se concentrando no Leste e na saída da Ucrânia para o mar, fazendo crescer a nação invadida de importância aos olhos do mundo.
E revelando para o planeta globalizado a barbárie dos russos para com seus inimigos, dizimando a população, soterrando 600 pessoas abrigadas num teatro, destruindo hospitais, estações de trem e a infraestrutura local, provocando riscos desnecessários em usinas atômicas, lançando mísseis sobre centros urbanos para causar terror, avariando prédios residenciais sob o pretexto de abrigarem combatentes, o que mostrou não ser verdadeiro.
O pior da barbárie: os russos não recolhem todos os corpos de seus soldados mortos. O que pode dar margem no futuro à construção do Túmulo do Soldado Russo Desconhecido numa imensa vala coletiva em território ucraniano, para obrigar a Rússia um dia a ter de cavar e descobrir de que família provém os restos mortais largados por lá – abandonados à sua própria sorte.
Por um pequeno enorme detalhe se nota o apreço de Putin pelo cidadão russo, e por que não dizer da Humanidade, quando a aproxima de mais uma guerra mundial e atômica. Em imediata sequência a um suposto fim da pandemia, Putin não se sustenta numa invasão absurda, a se justificar quanto a preservar a Ucrânia das mãos do nazismo, quando Hitler mal ressuscita na figura balofa de ideias de Putin.
Sente-se à distância o mau cheiro de mofo de Putin, a viver à custa do passado do stalinismo e do grande triunfo sobre os nazistas na 2ª Guerra Mundial, se os valores que defende estão mais para o czarismo, regime extinto em 1917. De que adianta o gigantismo da Rússia, se só preserva a hegemonia com tudo o que tem de mais atrasado e reacionário lá dentro?
Com a queda do Muro de Berlim, a Rússia não fez a transição do comunismo para o capitalismo de Estado, tal como a China o fez muito bem e está prestes a superar os Estados Unidos no capítulo economia. Gorbatchov se aposentou, se recusando a encarnar o ditador da massa falida da União Soviética. O bêbado Iéltsin não aguentou o tranco e passou o bastão para um medíocre agente da KGB, que está no poder desde 2000, e pretende ficar até 2036. Dizer que Putin não tem gabarito para ser o czar da economia russa é o mesmo que considerar a dinastia dos czares à altura da Rússia. 36 anos equivalem a um reinado dos mais absolutistas, de invejar qualquer sangue real, para onde o comunismo foi remetido, muito bem embalsamado e sepultado.
Democracia nunca foi o forte da Rússia, salvo a livre expressão da arte, desde que não ofenda o feudo em que se enquista o poder. Hoje o pelotão de fuzilamento não entra mais em cena para executar os inimigos do povo, substituído por um discreto envenenamento de jornalistas da mídia independente.
Venenos conhecidos em formas originais e não rastreáveis que devem fazer a morte ou doença da vítima parecer natural ou pelo menos produzir sintomas que irão confundir médicos e investigadores forenses. Essa dificuldade de rastreamento serve para que Moscou negue envolvimento quando envenenamentos são noticiados, embora os interesses políticos na eliminação de determinadas pessoas indiquem de forma nada sutil quem estaria por trás desses casos.

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Antonio Carlos Gaio
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