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UM 2010 SEM APAGÃO EM NOSSAS MENTES

O Réveillon obriga-o a romper com o mau humor a que porventura o congraçamento em família no Natal o levou de roldão. Presentes e confraternização em troca de uma trégua em relação a questões vitais, sempre em curso, que não podem aflorar no Natal e que convém calar a respeito.
Isso geralmente dá uma gastura, que só piora com a ingestão maciça de alimentos calóricos próprios do Natal cujo lema é: quem come bem, aos males espanta. Vindo de uma dieta de vacas magras, o peru não entra no lugar certo, a rabanada te engravida enchendo o bucho e o vinho, de tão deliciosa a tal uva, provoca azia. Qual é o sentido do Natal, depois de séculos de intolerância, seja religiosa ou não? – tu perguntas. 
Não caber tristeza no Ano Novo que vem por aí!
Pois com muita festa, alegria e um pouco de sorte, o beijo da meia-noite virá selar seu destino em 2010. Mesmo porque o Carnaval se aproxima para arrebentar e tornar o panetone menos azedo. Indo para a cama bem acompanhado e na certeza de que um sono reconfortante se fará seguir ao gozo de uma entrada de ano, bem ao caráter dos anais de sua história.
Convenhamos, sua história está pra lá de patética e já provoca descrédito generalizado em amigos e parentes. Por isso, antes de espoucar os fogos, há quem prefira o artifício de se enfiar debaixo da coberta, com o ar-condicionado no máximo, e cerrar portas e janelas para não assistir à hipocrisia do ano passar, alegando ser uma noite como outra qualquer e indagando para onde essa pantomima irá nos arrastar.
Se o mundo continua na mesma quando acordar. Mas com um bode pior do que se tivesse bebido todas. E o que é desanimador: sem ninguém com quem conversar! Pois todos dormem nesse imenso planeta, aparentemente adormecido diante da flatulência generalizada que acomete o homem, a sinalizar que o intestino mudou de lugar com o cérebro.
Com a nossa saúde mental e física fora dos eixos e a saúde do planeta em risco, a sensação é de que a raça humana não consegue fazer nada certo. Imbuída da vocação de destruir numa fração ridícula de tempo o que levou milhões de séculos para se manter intacto.
Não cabe culpar os raios por cada apagão em nossas mentes. As mudanças climáticas para avaliar quem é frio, distante e insensível. Ou quente, por só pensar em sexo. Vale sim, à meia-noite, olhar para o Céu e desejar um Ano Novo em que não causemos tanto mal uns aos outros, guiados por uma fé cega de que não existe Justiça, até onde podemos enxergar.

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Antonio Carlos Gaio
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