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A FALECIDA DITADURA FRANQUISTA VAI APOSENTAR O JUIZ QUE PRENDEU PINOCHET
Baltazar Garzón, o juiz mais famoso da Espanha e que prendeu Pinochet, foi suspenso de suas funções e corre o risco de ser mandado para casa mais cedo pelas forças do franquismo – que ainda não morreram. Garzón quis investigar os crimes cometidos entre 1936 e 1975, durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco, que deixou milhares de desaparecidos, meio milhão de exilados e outro tanto em prisões e campos de concentração, fora os executados, cometendo um pecado aos olhos dos inquisidores: o de não observar a Lei da Anistia. Quando é unanimidade nos tribunais penais internacionais e cortes de direitos humanos que os crimes de guerra e contra a Humanidade não são anistiáveis. Garzón foi o primeiro a investir contra o generalíssimo Franco e seus asseclas, prestando uma contribuição inestimável à justiça divina, debruçada sobre essa Idade Média que obscureceu a Espanha e ainda a ameaça, empurrando-a para ingressar na contramão da História. A Espanha não merece que tamanho erro se junte à Inquisição, às barbaridades cometidas na colonização das Américas e ao uso desabusado de métodos stalinistas no extermínio do comunismo na terra das touradas, como manchas indeléveis do seu passado.
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Antonio
Carlos Gaio
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