FHC esticou seu mandato inventando a reeleição para reinar por mais tempo e tirar da cabeça do teimoso Lula a mania de ser presidente.
O tiro saiu pela culatra. FHC corre o risco de ver Lula reeleito. Mas o que deixou o príncipe irritado foram os institutos de pesquisa aconselharem-no a se calar sob pena de favorecer seu desafeto. Impedir o pavão de abrir a cauda para mostrar o colorido das penas equivale a uma sentença de morte. Doutor que é, deveria ter a sabedoria de Sarney e se tornar imortal.
Não adianta tirar proveito das inconveniências de Lula. Fazer piada com camelo na África não incomoda 85% do eleitorado de até cinco salários mínimos. Bateram pesado no “homem”, acusando-o de bebum, de não ler um livro sequer e de ser o último a saber o que se passa nos corredores palacianos, extrapolando o julgamento de político para pessoal.
O governo Lula diminuiu um quarto da dívida externa – de 114 para 84 bilhões de dólares -, além de quitar antecipadamente seu débito com o FMI e o Clube de Paris. Conseguiu uma façanha num terreno no qual os tucanos ditavam cátedra: a economia. Restou ao FHC como mote o mensalão, o desvio na ética para comprar o poder. Um câncer, se comparado com o nódulo no seio do governo Collor.
Aos tucanos nunca lhe apeteceram candidatos carismáticos, por associarem a demagogia. Contudo, explorar ética em campanha eleitoral, depois que o PT a violentou no poder, é apelar para os mais baixos instintos.
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