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ABDUÇÃO

Abduzir é segregar do convívio. Consiste em tirá-lo violentamente do útero do planeta, por ocupantes de OVNI’s, através de uma luz brilhante que o paralisa de medo e terror. Quando menos esperar, será subtraído de ambientes isolados, como da direção de um automóvel, e sentirá alegria e êxtase em contato com os alienígenas. A comunicação por telepatia, enquanto colhem amostras de pele, sangue, mechas de cabelo, óvulos e esperma, além de implantar chips para monitorá-lo. Um anfitrião o levará a excursionar pela nave-mãe, enorme e bem iluminada, para travar conhecimento com outros seres, presenciar fetos aliens-humanos híbridos crescendo em tanques com líquidos, e assistir detalhes da história passada da Terra e previsões de futuras catástrofes em salas exibidoras. Ao final, retorna ao disco-voador original, que o devolve à superfície da Terra em local distinto de onde foi abduzido. Num lapso de tempo que comprova a quimera do tempo em outro plano espiritual.
O apego do terráqueo à coerência na combinação fantástica de elementos diversos no todo heterogêneo, faz com que no regresso ao lar seja apagada da memória qualquer remissão, como se nada tivesse acontecido, como se tudo não passasse de um sonho. Porém, em estado alterado de consciência. A imaginação se tornará mais vívida, o sono um filme de suspense, a fartura não saciará o apetite, a alienação junto à família e amigos ganhará visibilidade, apenas alguns flashes dos mais enigmáticos da ufologia virão à tona – uma fábula aparentemente sem sentido.
Por vezes, quando acordamos, nos sentimos paralisados, com a sensação de que fomos arrastados ou nos encontramos ainda flutuando, ou de que há outras pessoas lhe assistindo, sem saber se voltamos à realidade. Um ensaio para testar se somos refratários a outros filmes interferindo no teu filme e na nossa capacidade de aceitar outros planos de vida.
Colocando em xeque se nos detemos para examinar com cuidado o entorno ou se fazemos uso de nossa agilidade mental tal como os OVNI’s se movimentam no ar. Com uma velocidade inatingível pelos nossos veículos, em evoluções impensáveis pelos atuais padrões de navegação aérea, mudando de altura e curso com incrível rapidez, bem como pairando no ar e parecendo falar com seu sistema de luz, ao alterar a intensidade e o brilho. Tal como o nosso pensamento, tão subutilizado ou decodificado.
O que nos remete à verdade estar lá fora, buscar um elo entre as descobertas da ciência e as mudanças dos padrões atuais, a ser possível entrar em contato com seres que vivem no interior de nós mesmos, ou em Plutão, nos anéis de Saturno, na face oculta da Lua, derrubando divisórias entre o passado, presente e futuro.
Posto que somos condicionados a uma existência com início, meio e fim – a morte como paradigma -, a chave do enigma seria não nos limitarmos ao que faz sentido, pois a força da gravidade nos comprime contra a Terra achatada que nos deixa chatos por não podermos voar e suplantar essa barreira, escapando de nossas referências, horizontal e vertical, traçando uma bissetriz em linha reta que fuja às coordenadas que tentam nos ordenar.
A sensação que se confunde com a vontade é de que está saindo desse planeta e se dirigindo a outra galáxia, numa viagem sem retorno, a exemplo de quando as pessoas decidem entrar num disco voador. Para partirem de vez desse mundo, o que não significa morrer, e sim escapar do embarreiramento que dificulta o acesso a degraus mais altos.
No limite de se deter no medo de abandonar origens e referências, à dependência do apego, vínculos e a guiar seu destino com os pés no chão. Porém as luzes piscam ao ingressar no disco, encantam e envolvem, o fascínio te empurra a subir a rampa e embarcar. Ao lado de companheiros rotulados de OVNI’s, por não pertencerem a esse mundo, voando por cima de panelinhas e igrejinhas que não chegam a um acordo sobre o butim da sociedade, no curso da pilhagem e da posse.

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Antonio Carlos Gaio
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