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“BINGO, O REI DAS MANHÃS”, “LADY MACBETH” e “ÚLTIMOS DIAS EM HAVANA”

Continua a safra de ótimos filmes com “Bingo, o Rei das Manhãs”, “Lady Macbeth” e “Últimos dias em Havana”, que se seguiu a “O Filme da minha vida” e “João, o maestro”. Três grandes filmes brasileiros em que a realização maravilhosa de Selton Mello (“O Filme”) supera os igualmente magníficos “Bingo” e “João”.
“Bingo”, cinebiografia de Arlindo Barreto, filho da Marcia de Windsor, um dos intérpretes do palhaço Bozo no programa matinal homônimo da televisão brasileira durante a década de 1980, o primeiro filme dirigido por Daniel Rezende, responsável pela montagem de “Cidade de Deus”, indicada ao Oscar em 2004. Protagonizado pelo sempre excelente Vladimir Brichta e Leandra Leal, uma flor que se abre a cada apresentação. O personagem alcançou a fama, apesar de jamais ser reconhecido pelas pessoas por estar sempre fantasiado de palhaço. Esta frustração na busca pelo reconhecimento o levou a se envolver com drogas, chegando a utilizar cocaína e crack nos bastidores do programa. E se descuidar de quem mais amava e do palco, seu templo sagrado.
“Lady Macbeth”, produção inglesa dirigida por William Oldroyd, baseada no livro “Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk”, do escritor russo Nikolai Leskov, publicado em 1865. Na obra, o protagonismo é do papel submisso da mulher na sociedade europeia (ou seria mais da Rússia?) do século XIX e o adultério como mecanismo de defesa em um meio completamente provinciano e atrasado, bem como a criadagem conhecer seu lugar com absoluta precisão. Uma história de rebeldia e resistência feminina através da expressiva Florence Pugh que, comprada por um dono de terras para dá-la ao seu filho como esposa, ela não só faz o que pode para fugir das amarras de um marido tosco e ausente, como também se coloca contra os padrões do patriarcado dominante na época.
“Últimos dias em Havana”, filme cubano dirigido por Fernando Pérez que, apesar de retratar as dificuldades vividas pelos habitantes de Cuba e o sempre vivo desejo de muitos de seus moradores de querer emigrar para os EUA, mostra muito mais do que isso. Por que lá ficar, se em sua tentativa de se identificar com os padrões de vida locais, não encontrará nos EUA uma humanidade como a de Cuba. Ou fugir do calor humano de Cuba para lá fazer a mesma coisa sem a menor imaginação e ser infeliz com a alma com que nasceu.

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Antonio Carlos Gaio
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