CAPÍTULO 22 – TOFFOLI, UM CALOURO DENTRE VETERANOS DE GUERRA

O ministro Dias Toffoli é muito fraco. Parece um calouro no meio de veteranos de guerra. A oposição, que se mostrou tão eficiente na CPI do Mensalão, não teve competência para reprová-lo na sabatina do Senado, que durou 7 horas. Notório saber jurídico? Só se o conseguir nos 25 anos que lhe restam para a aposentadoria compulsória. Seu voto tem que ser lido não dando margem à menor improvisação. Pede-se para encurtar a leitura do voto e prolatar logo a sentença, e o que ele faz? Repete a grosso modo e à exaustão as mesmas argumentações do relator para condenar e do revisor para absolver. Apenas para se sentir importante em seus 15 minutos de fama como juiz supremo, já que Toffoli só será notado como juiz petista indicado por Lula em vias de um dia, quiçá, atingir a maioridade. Faz uma bela dupla com Lewandowski, que não se peja de ser humanitário e cheio de candura no fazer justiça, transparecendo ingenuidade e boa-fé, características estranháveis num magistrado. Em tremendo contraste com o truculento e casca-grossa do Joaquim Barbosa, que se julga um Zeus no Olimpo, visível no destratar Toffoli, somente porque ele não alcançou o teor da denúncia e de seu parecer, passando por cima e absolvendo Rogério Tolentino, o advogado de Marcos Valério, quanto à lavagem de dinheiro. Em suma, apesar de a claque tucana temer o voto pró-absolvição de Toffoli e Lewandowski, a dupla está condenando de uma forma que nem José Dirceu esperava. Embora a mídia exija que se conclua imediatamente o julgamento do mensalão, para um processo heterodoxo como esse, é muito fácil se perder, se enrolar com as provas e depoimentos, inverter as teses, ampliar o alcance das leis, legisferar, e até condenar ao invés de inocentar!