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CAPÍTULO LVIII – HÁ QUE CUIDAR DE SI, MAS SEM SER EGOÍSTA

Cresce o número de pessoas da terceira idade que, descrentes de sua trajetória na vida ou insatisfeitas com o desenrolar de sua existência, não se cuidam nem se tratam convenientemente, dando oportunidade ao aparecimento de doenças autoimunes que as dizimam em pouco tempo. São seres humanos que se recusam a se abrir ou compartilhar seus infortúnios por acreditarem que não existe mais ninguém que possa lhes socorrer. Até escondem esse sofrimento para não sentirem vergonha de si mesmas. Não chega a ser suicídio, mas pode-se comparar a quem resolve entregar os pontos numa situação de naufrágio, assemelhando-se a quem decide não mais lutar, cansado de se esforçar e não encontrar mais ânimo para buscar novas perspectivas. Abrindo espaço para o surgimento de doenças conforme foi ampliado o conceito de câncer. Alguns até, com medo de morrer e receando a fama da justiça final, embora ateus, reagem e passam a se cuidar, vivendo por mais tempo. O que, se não engrandecer o espírito, significará sobreviver. E se deixarem o orgulho falar mais alto, nem sobreviver conseguirão, já que a irreversibilidade da morte e a partida do plano físico para o espiritual independe de nossa ingerência. Mas atentar para os desvios de nossa alma, encarnado, depende sim de nosso livre-arbítrio, em virtude de a morte não findar com nossos problemas, conforme o suicida pensa.
A quinquagésima oitava intervenção espiritual, em 8 de junho de 2018, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura e comentários sobre os itens 5 e 6 (“O óbolo da viúva”) do capítulo 13 (“Que vossa mão esquerda não saiba o que faz vossa mão direita”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Seria imensa a satisfação se pudesse socorrer à grande a pobreza; ao menos, se submeta a fazer o que estiver ao seu alcance. E não é apenas com dinheiro que se pode secar as lágrimas, não havendo necessidade de manter-se omisso se não o possuir. Pois há mil ocasiões de ser útil, e quem as procura, as encontrará. Não há ninguém que não possa prestar um serviço, render-se a uma consolação, aliviar um sofrimento físico ou moral, dispondo de seu tempo e de seu repouso, o que corresponderia à dádiva do pobre, o óbolo da viúva, sua contribuição modesta em flagrante contraste com outros que depositavam no gazofilácio (repositório de oferendas e valores) o resultado de sua abundância. Jesus alertou seus discípulos que a pobre viúva deu mais que todos já que fruto de sua penúria. Pesa mais na balança de Deus do que o ouro do rico, que dá sem se privar de nada. Pois não há aqueles que, desejando fazer o bem aos outros, ficariam felizes se começassem primeiro a fazer o bem para si mesmos? Se assim for, anula o mérito da intenção, visto que a verdadeira caridade faz o homem se preocupar primeiro com os demais, para depois pensar em si mesmo.
Se pensar mais em si, fatal a possibilidade de envelhecer se recusando a se abrir ou compartilhar seus infortúnios de peso, muito bem escondidos num recanto longínquo da alma. Por ir alimentando a crença em sua trajetória, cada vez mais, de não existir mais ninguém que possa lhe vir a socorrer em sua tremenda solidão humana, à mercê de seu livre-arbítrio clamando por intervenção. Não se cuidando como deveria.

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Antonio Carlos Gaio
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