Em janeiro de 2011, eu havia encontrado o outro ramo da família Gaio, oriundo de João Jorge Gaio Junior, irmão mais velho de meu avô português, tendo ambos chegado ao Brasil por volta de 1890. Desde os meus oito anos de idade, em 1954, com a morte de ambos, minha família perdeu contato. Pois foi graças ao meu livro “Raízes Partidas”, que conta a saga de minha família, é que encontrei minha prima Angela Dutra de Menezes, bisneta de meu tio-avô, também escritora como eu, que faz sucesso até hoje com seu livro “O Português que nos pariu”. Não foi obra do acaso Angela ter sido convidada, em novembro de 2011, a integrar a Academia de Letras e Artes em Portugal (Cascais), e a fazer doutorado em 2014 pela Universidade Fernando Pessoa, quando nela enxergaram um conhecimento fora do comum da alma portuguesa igualmente em outra obra sua, “Mil Anos menos cinquenta”. Universidade essa localizada na mesma cidade do Porto, de onde os irmãos Gaio partiram para o Brasil, enquanto Angela faz o caminho inverso rumo aos nossos ancestrais, se levarmos em conta que ela foi atrás da História de Portugal em sua literatura, varrendo mil anos de todos os seus reinados e dinastias, desde os primórdios lusitanos – uma interconexão bestial que forçosamente me levará a investigar o porquê dessas vertentes de mesmo ramo familiar ainda necessitarem se visitar e conversar, entre encarnados e desencarnados. O que há por trás disso?
Veio bem a calhar a décima terceira intervenção espiritual com a leitura e estudo dos itens 3 e 4 (“O Consolador Prometido”) do capítulo 6 (“O Cristo Consolador”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”. O espiritismo se faz presente aqui na Terra interferindo em nossas vidas, quando necessário, e até modulando-a, se for o caso, resguardado nosso livre-arbítrio. Não foi uma mera coincidência o encontro (ou reencontro?) com Angela e o fato dela ter ido morar em Portugal para se aprofundar no universo português. Tudo isso veio à tona numa sexta-feira que antecedeu o Carnaval, em 5 de fevereiro de 2016, com a intervenção espiritual sendo realizada em quarto fechado de minha residência com música apropriada para meditação.
Se Cristo falava apenas por parábolas, era preciso um outro consolador para explicar sobre todas as coisas que não foram bem entendidas ou esquecidas ou mesmo que não foram ditas: o Espírito de Verdade. O Espiritismo veio no tempo previsto realizar a promessa de Cristo e ninguém o identificará, sequer constatará, salvo se reconhecer a presença do espírito em si – ele ficará convosco e estará em vós. Tanto que Cristo disse “Que ouçam os que têm ouvidos para ouvir” para o Espiritismo abrir os olhos e os ouvidos, pois fala de forma direta e objetiva, trazendo uma consolação a todos que sofrem e propiciando uma causa justa e um objetivo útil para todas as dores que nos afligem. A ponto de se achar feliz por sofrer e ser consolado?
O Espiritismo mostra a causa nas existências anteriores e em sua destinação na Terra, onde o homem sofre as consequências do seu passado. Os sofrimentos são como crises salutares que levam à cura e à purificação que lhe proporciona uma fé inabalável no futuro. Adquire a noção de que esse sofrimento ajuda no seu adiantamento e aceita-o sem lamentações, compreendendo que mereceu e causando espanto à sua volta, aos que não suportariam tamanho castigo. Oh, dúvida cruel, em tom shakespeariano, não mais apoquenta sua alma. As contrariedades da vida terrena não repercutem na mesma toada de antes e a esperança da felicidade que o espera inspira paciência, resignação e coragem de ir até o fim de sua missão.
O maior conhecimento sobre o nosso Universo faz com que o ser humano saiba de onde vem, para onde vai e por que está na Terra: a vida faz sentido.
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