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CARNAVAL DE 2021 – NÃO É PARA BRINCADEIRA

O Carnaval de 1919 foi adiado de fevereiro para março por ainda se prantear os mortos da gripe espanhola nos meses finais de 1918. Mas o Carnaval de 2021 não será realizado em razão de não se ter ideia de quando 80% do rebanho poderá ser vacinado. Não confundir com o gado de Bolsonaro, que desacredita a vacina espalhando falsas versões, mas irá se vacinar fantasiado de babaca, ou seja, ele mesmo.
Faltam vacinas ou a vacinação é lenta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? O que prevalece é o panorama traumático causado pelo número de mortos por dia, a escassez de balões de oxigênio, o pavor em ser entubado para sobreviver, os pulmões inflamados e a dificuldade de respirar, as comorbidades. Somos uma bomba-relógio com que a Covid-19 se compraz.
Como ser lúdico e brincar o Carnaval num ambiente de filme de terror? Ainda mais ser obrigatório o uso de máscaras (não a de Carnaval) e guardar distância uns dos outros, senão nos contaminamos e apressamos nosso ingresso em outro mundo no qual aí mesmo é que não existe Carnaval. Parece castigo, e é.
Que lugar então se reservar à legítima alegria foliã que enseja o amor, o abraço, o beijo, o sexo no Carnaval? Se bem que, pensando nisso, muitos casais se formaram às pressas já durante a pandemia. Para não ficarem a perigo.
O que será das crianças no Carnaval enlutado de 2021? Fantasiá-las e fingir que nada está acontecendo? Dar vazão à sua folia em particular? Como não sair às ruas se elas irão pedir e chorar diante da recusa? Como explicar em que consiste distanciamento social? Para o mundo que eu quero descer, diriam os pimpolhos, se soubessem argumentar.
E a indústria das escolas de samba e os serviços prestados pelos blocos de Carnaval? Um instante, maestro! Congela a imagem. Calada a bateria. O samba no gogó nem dá partida. O requebro, sem graça. O mais triste, a extrema criatividade das letras dos sambas cedendo terreno ao vírus. Ai de quem brincar com a pandemia!

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Antonio Carlos Gaio
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