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DIAS DE SOL

Lembro-me dos domingos na praia. Picolé gelado, biscoito Globo, mate Leão de garrafão. Lembro-me das tardes inteiras naquele bar da Avenida Atlântica. Nosso amigo garçom sempre com um sorriso no rosto. Qual era mesmo o nome dele? Lembro-me de suas sardas, da cara de ruivo. Lembro-me de sua gentileza, mas o nome…
Enquanto nossos pais entornavam o chope, nós brincávamos subindo em árvores. Em uma árvore, para ser mais específica. E assim, aquele pequeno pedaço de esquina parecia do tamanho do mundo. Tamanha era a gama de brincadeiras diferentes que inventávamos para nos entreter.
Lembro-me também que, quando não tinha praia, a gente saía para almoçar fora. Programa sagrado. E a minha escolha era sempre a mesma. Depois de me esbaldar no couvert do La Mole, ainda encarava um filé à parmegiana com batata frita inteirinho. E eu comia tudo. Ao contrário de hoje.
Hoje não como mais batata frita porque me dói o estômago. Não encaro um prato inteiro de restaurante também por causa do estômago. E por causa das calorias, diga-se de passagem. Couvert seguido de um prato inteiro? Nem pensar! Hoje também não brinco na esquina, porque não sou mais criança. Mas se eu quisesse, também não poderia, porque onde moro não tem esquinas. Só retornos pra carros.
Não vou mais à praia, porque acordo tarde. E porque meu marido não admite não almoçar cedo. O legal de ir à praia aos domingos era exatamente a não obrigatoriedade de se almoçar. E a obrigatoriedade de beliscar coisinhas gostosas. Batata frita, pizza, mignon com cebola. Hummm… O nosso amigo garçom já até sabia o que queríamos. Qual era mesmo o nome dele?
O mais legal de tudo era que não programávamos nada. Deixávamos a vida nos levar. E, no caso dos nossos pais, era o chope que os levava mesmo. Só tinha uma coisa certa: todo sábado e domingo estaríamos lá. Depois? Não interessa! O bom era o durante.
Ah! Lembrei! O nome do garçom era felicidade. E meu nome é saudade. Muita saudade…

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Antonio Carlos Gaio
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