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É DE PROPÓSITO: 14 – ABISMOS

Quando eu cismo com o abismo, cometo absurdos, surda pro que está dentro e fora de mim. É uma espiral sem fim de pensamentos recorrentes, crentes de si. Enchentes de “nãos” para mim, quando tudo o que eu precisava era de um simples “sim” meu mesmo, sem remorso, nem medo, sem dor ou segredo, sem dedos (im)próprios apontados para a ferida no peito.

Quando eu pulo e vejo que não tem mais volta, posso escolher se vou cair ou voar. Se vou quicar nas pedras do caminho ou vou usá-las como escada. Eu caía. Levantava. Caía e levantava de novo. Caía toda hora e chorava, como a criança que a mãe mimava, querendo proteger de qualquer machucadinho natural da vida.

Hoje eu tenho cicatrizes. E algumas feridas abertas que limpo diariamente. Hoje não tomo remédios indicados por doutores que não sabem o que passei. Por gente curiosa que acha que uma pílula mágica vai sarar o que só eu curei. Escolho me tratar com as ervas da minha natureza. Com a sabedoria que vem de outras vidas. Dos meus ancestrais que não destruíram o meio ambiente. Com a abundância infinita de recursos que o mundo dá a todos e a maioria não vê. Com o que os meus antepassados construíram de bom antes de eu sequer sonhar nascer.

Não cismo mais com o abismo. Não me deixo levar pela espiral do ontem. Eu rimo com o que sinto. Me ouço. Meu poço agora é raso, porque posso. Eu olho, às vezes me molho, mas atravesso em frente. Agora vejo o que ninguém nunca via e por isso eu achava que era eu que estava errada. Eu via, mas não sabia.

Ninguém está dentro do meu olhar. E não posso querer apagar o que vejo. Desejos. Sonhos. Verdades particulares. Futuros. Eu sinto. Pressinto. Não minto, fato, mas também não mais grudo como carrapato na opinião alheia. E por muitas vezes agora me calo. O que está dentro de mim basta.

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Antonio Carlos Gaio
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