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FORA, CUNHA!

A cassação de Eduardo Cunha, pelo adiantado do tempo que levou, apenas ratifica a decapitação do ladrão, bandido e mafioso, alcunhas com que alguns dos seus ex-aliados o brindaram. Quando o que importa é a quadrilha Aécio/Eduardo Cunha/Temer, não necessariamente nessa ordem, ter se organizado para Dilma cair por ter gastado mais do que estava autorizado a gastar, crime de responsabilidade (crime do cheque especial) pelo qual nenhum governador tucano é condenado. A quadrilha estrangulou o governo Dilma, logo que Aécio não se conformou com sua derrota, quebrando o país ao provocar a recessão com Eduardo Cunha deslanchando uma pauta-bomba no Congresso e promovendo o impeachment, enquanto a queda do preço do barril de petróleo e o desmantelamento da economia concorriam para acelerar o desemprego. Depois do “fora, Dilma” e “fora, Cunha”, o que ficou foi o programa econômico do PSDB, derrotado em quatro eleições consecutivas, o que confirma o golpe – programas para serem implantados só com o aval do eleitor. Mas ninguém esperava que o impeachment de Dilma viesse amenizado pela preservação de seus direitos políticos (de tornar a ser candidata e ser votada de novo) como prêmio de consolação ao PT , tramado pelo PMDB de Renan em conjunto com Lewandowski – vai que Lula ganhe em 2018. Cutucando o juiz Moro, seletivo em suas decisões pró-PSDB, que ama exibir sua coragem ao perseguir Lula, mas afina com Eduardo Cunha ao devolver o passaporte de sua esposa para sacar em banco suíço. Por isso mesmo, não choro de revolta quando vejo a mesma burguesia, favorável ao golpe, se divertindo a valer nas Olimpíadas Rio 2016, engavetando, no maior cinismo, a razão maior do evento ter chegado ao Rio de Janeiro: Lula, por seu prestígio internacional. Não há por que se indignar com a classe política por abusar da traição, se encontra respaldo em eleitores que querem pôr políticos na cadeia, mas são capazes de cometer absurdos compatíveis com que condenam parlamentares, como o silêncio que convém quando a situação lhes favorece diante de aliados que empregam o jogo sujo mas atende seus interesses, os defensores da ética e da honestidade que não resistiriam a uma devassa em seus próprios domínios.

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Antonio Carlos Gaio
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