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JUNTE-SE AOS BONS, E SERÁ UM DELES, MORO!

O juiz Moro virou herói na Operação Lava-Jato e abandonou o cargo de juiz de 1ª instância em Curitiba para tentar conquistar seu prêmio vitalício de juiz da Corte Suprema pelas mãos de Bolsonaro – o recém-presidente. Bolsonaro o investiu de seu Ministro da Justiça como compensação do proveito que ele tirou da imagem de Moro de combate à corrupção que o elegeu, enganando os trouxas que ganharam um peso maior no desenho de nossa sociedade, ao desconhecerem ou ignorarem o rei das rachadinhas e dos milicianos, bem como o legado passado a seus filhos.
A fama do juiz Moro na Operação Lava-Jato se deveu à condenação e prisão de Lula e, por extensão, à tentativa de pôr um fim ao reinado do PT, que durou quatro mandatos presidenciais. Pouco importa se Moro não apresentou provas, se ele mesmo afiançou nos autos que não tinha. Quem mais irá lembrar que político ou empresário Moro botou atrás das grades? Sem contar que Moro, agindo nos bastidores da Justiça, não permitiu que soltassem Lula para ele concorrer com Bolsonaro – seria o 5º mandato consecutivo do PT.
Depois do golpe para tirar Dilma da Presidência em 2016, à base de pedaladas, valia tudo. A porta estava aberta para passar a boiada e eleger um presidente apologista da ditadura militar, das torturas, de fraudar as eleições, de queimar florestas e poluir rios.
Moro só descobriu que Bolsonaro era corrupto no exercício do seu governo – quanta falta de vergonha na cara! Ensaiou os primeiros passos para se eleger presidente em 2022 quando o Supremo Tribunal Federal tardiamente se deu conta de que Moro não poderia ter julgado Lula e o declara sob suspeição, o que significa não ter mais crédito. Até em razão de Moro também ter afiançado na sentença de condenação de Lula que ele não estava envolvido na Operação Lava-Jato, apenas com reformas de cozinha de outros proprietários.
Havia que Moro se vingar de Lula, e não de Bolsonaro, por atrair o mesmo eleitorado de extrema-direita. Por ter acabado com sua reputação de juiz com voz de marreco e não dominar o idioma pátrio. Quando estava tudo bem combinado com os desembargadores das 2ª e 3ª instâncias. Primeira vez que se formara uma rede no Poder Judiciário para isolar um presidente aclamado por sua trajetória, hoje ratificada pelas pesquisas.
Sem emprego de juiz e denunciado por se vender a um escritório americano de advocacia, que defendia empresas brasileiras que ele mesmo condenou, como a Odebrecht, Moro correu atrás de sua honra perdida no espaço e entrou na disputa presidencial para tentar suplantar Lula, à frente das pesquisas. E se preservar das calúnias, da difamação e dos achincalhes que lhe serão dirigidos, a exemplo do que armou contra Lula. Um confronto entre um mero capataz das elites e o maior líder popular do Brasil de todos os tempos, injustiçado e humilhado pela atual mentalidade escravagista, racista e miliciana que vige num país que perdeu o rumo depois do golpe.
Eis que Moro não se acerta com Podemos, o primeiro partido a que se agregou, e logo o abandona, num cenário de traições, como só acontece no mundo político. Ato reflexo de desistir do pleito presidencial, Moro sofre na pele o que condenou na classe política, que o detesta. Mas tem que mostrar que ainda está à cata de votos, pois precisará do foro privilegiado de um mandato de deputado federal que o resguardará de uma possível prisão – aprendeu a lição com o amiguinho Aécio Neves.
Moro ingressa, então, no União Brasil, fusão do falecido DEM com o sepultado PSL (partido de Bolsonaro em 2018). Egresso do PFL e da ARENA da ditadura militar. No afã de construir uma terceira via, como se houvesse mais trouxas além dos bolsonaristas.
Não se pode dizer que Moro dá pena ou que hoje é uma caricatura de si mesmo. Tentando arrumar um lugar para ele na sociedade ou se travestir de político moralista, quando não se dá ao respeito por ter contribuído para emascular nossa justiça, já por demais capenga e claudicante, e procurar na política um subterfúgio mais apropriado a ratazanas que engordam à custa de orçamentos secretos.
Esta é sua Casa, Moro! Aproveite e sirva-se do Congresso! Junte-se aos bons, e será um deles!

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Antonio Carlos Gaio
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