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KADHAFI, O CARRASCO DO POVO LÍBIO
É através de um corpo enforcado, ainda se debatendo por um fiapo de vida, que se conhece bem a barbárie que o espírito de Kadhafi carrega e a face temível que impõe ao regime líbio. Quando, em 1984, surgiu Huda Bem Amer para agarrar as pernas do condenado e puxar o corpo para baixo até o nó da forca apertar o gogó e cortar o que lhe restava de vida, fazendo o corpo parar de tremer. Em pleno Ramadã, num ginásio de esportes apinhado de estudantes convocados para assistir a uma atração não anunciada, sem esperar que o condenado fosse chorar e pedir para falar com sua mãe. Huda ganhou a confiança do ditador, que se deliciava com o espetáculo pela televisão, passando a ter um papel fundamental no regime: a mulher que dava o último puxão nos enforcados. A auxiliar de carrasco fez jus a uma ascensão fulminante, circulando em bons carros e comprando várias casas ao ingressar no círculo próximo a Kadhafi e se tornar prefeita de Benghazi. A mesma Benghazi que se opôs corajosamente a um tirano que hostiliza o seu próprio povo ao avisar que não terá misericórdia. Com o fim – o petróleo – a justificar os meios. Com a extração abundante de petróleo num país miserável a atrair um usurpador do poder, que oprime o povo no papel do colonizador, outrora expulso em defesa da pátria.
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Antonio
Carlos Gaio
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