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“MADEMOISELLE PARADIS”

A pianista, cantora e compositora austríaca Maria Theresia Paradis (1759-1824), contemporânea de Mozart, perdeu a visão na infância e foi tratada em seus 18 anos pelo médico alemão Franz Mesmer, que acreditava haver uma força natural invisível possuída por todos os seres vivos (magnetismo), e que tal força poderia incluir propriedades de cura (veio a dar na autossugestão e com grande influência no espiritismo). A crítica caiu de pau na demasiada ênfase à reconstituição histórica e na fraqueza da cenografia e dos figurinos, argh! No filme “Mademoiselle Paradis”, dirigido por Barbara Albert, ela volta a enxergar, salvo se a claridade era excessiva ou quando a vista embaçava. No entanto, passou a ver coisas que lhe causavam repulsa e a pretender reformar a Natureza, a não aceitar o que a sociedade lhe impunha por meio dos tradicionais usos e costumes, e recusar-se a executar performances de acordo com o que a Corte exigia e sim segundo sua virtuosidade musical. Extrapolou tanto que Paradis foi removida dos cuidados a cargo de Mesmer, tornando à cegueira. De excelente memória e uma audição excepcionalmente precisa, ela foi capaz de aprender mais de 60 concertos, assim como um grande repertório de solo e obras religiosas. A opção no desenho do filme pela superação na fatalidade revelou ser mais importante do que suas peças musicais, a maioria, perdidas. Mademoiselle Paradis fez sucesso na Europa e criou sua própria escola de música para cegos.

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Antonio Carlos Gaio
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