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NÃO CREIO SER UM HOMEM QUE SAIBA

Não creio ser um homem que saiba. Tudo me é soprado. Tenho sido sim sempre um homem que busca, mas que agora não procura mais nas estrelas e nos livros. Não é de hoje que venho ouvindo verdadeiros ensinamentos através de textos inteiros que são injetados em mim sem eu saber como, quando e onde. Quando se faz necessário atenção e concentração absolutas para que a mensagem chegue íntegra e pura conforme brotou da fonte, embora não constitua, de forma alguma, um parto doloroso. Sem o menor sinal de moralismo segundo princípios que visam aprofundar a consciência do ser humano. Princípios? Não. Normas? Também não. Sem regras, a não ser um acordo tácito com meus mentores de modo a fluir o que da fonte inspiradora vaza, quando não inunda o espaço necessário para verter em palavras o que Deles jorra em profusão e que não pode mais ser contido no lado de Lá. 
Somos todos mensageiros, criadores do que nos cabe executar para dar ideia ou matéria-prima para outros transformarem e influenciarem alhures num conflagrado moto-perpétuo de cujo roteiro participamos, mas não interferimos no desenrolar e no desfecho.
Basta estar disponível para a conexão de maneira a evitar dispersão que o arrasta para a platitude, permanecendo na superfície das coisas. Eles reconhecem quem procura fazer contato e tem espírito livre, municiando-nos com verdadeiros tesouros completamente desconhecidos e fora do nosso contexto, senão produtos raros de uma inteligência maior que prescinde de um melhor cultivo em nível terreno. 
Tendo sido difícil assimilar minha história familiar, não podem ser suaves e harmoniosas as histórias que crio, invento ou desfio. Considerando-se a insensatez e o fora de ordem, a loucura e a sonho, a fugir do roteiro e a voltar ao traçado original, como a vida de todos os homens que já não querem mais mentir para si mesmos e não estão mais preocupados em esconder o que se passa em seu âmago. Embora sabendo que a sinceridade é pródiga em criar inimigos, ainda mais se escrita num idioma onde maiores reparos não cabem por não se enquadrar no referencial clássico que permite a localização exata no espaço para bem poder examinar a fenomenologia dos argumentos, dos conceitos e do ambiente em que se materializa a transformação dos personagens, que parecem não ser os mesmos que transitam por aqui. Mas que são, apenas dentro de outro formato, apresentação ou linguagem. Causando estranheza e silêncio, por fazer uma leitura do humano como se espírito fosse, transitando de uma seara a outra ao bel-prazer e ensejando ceticismo e desconfiança em quem não acredita ou não está nos conformes para os senhores da fé. Restando o desfrute aos que são fiéis ao Belo, mesmo sem identificar as razões. Para quê?

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Antonio Carlos Gaio
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