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O HOMEM NÃO TEM CARÊNCIA EMOCIONAL

Carência emocional é um estado de espírito próprio do universo feminino, já que não passa pela cabeça do homem confessar para o outro que sofre de carência emocional. O observarão com muita estranheza, desconfiando de suas tendências. Os gays expressam muito melhor esse sentimento de falta e de abandono do que a mulher de hoje, mais preocupada com sua afirmação.
A carência emocional não é fruto exclusivo da pobreza do amor ou do desleixo dos pais ou mesmo da ausência de diálogo. Ao contrário, o filho pode receber muito amor e cuidados e sentir carência. Se, por exemplo, for gay, carência de amor do pai, que dificilmente o aceitará e o compreenderá.
A carência emocional também repercute no bloco do “Se é para viver, só amando”. Viver em eterno estado de paixão. Imersa na pureza d’alma. Com a alegria de uma criança. Sempre jovem, com bom humor e inventiva. No exército do reggae do amor – utopias inspiram carências.
Pode não encontrar eco na intransigência correcional dos pais, que irão questionar sem dó nem piedade quanto à sua imaturidade, quiçá insanidade em surfar nessa onda.
A carência emocional geralmente é centrada na mulher porque ela se descabela com rara facilidade e é transparente. Você já ouviu falar de homem reclamar de carência emocional ou afetiva? Veja como Almodóvar expõe, nos mínimos detalhes, as fragilidades e carências de mulheres e gays, e nem por isso é chamado de machista em seus filmes –  seria uma incoerência!
O homem reclama sim de passá-lo para trás, ou de ficar em segundo plano, ou de não ser considerado. Entende carência como falta de mulher e ter de ir à luta; ou de um amor mais caprichado. Reagir ao marasmo, para depois não se arrepender do que não fez.
Costumam resolver sua carência sublimando. Com mulher do tipo enfermeira – totalmente à sua disposição. Ou gueixa – a que faz todas as suas vontades. Ou mais de uma mulher. Ou mesmo amantes. Ou comprando uma jovem com o baú da felicidade. Ou adotando uma mais entrada na idade como mãe e mulher, realizando o sonho do incesto. Ou simplesmente se suicidando. Tudo no mais perfeito silêncio.
O fato é que ainda temos um longo percurso para aprender sobre como amar nesse mundo para diminuir nossa carência afetiva e emocional. Não se pode mais emprestar à carência emocional o caráter depreciativo e viciado de antigamente. A mulher já não é mais uma pobre coitada, quando precisava da autorização do homem até para sair de casa – Simone de Beauvoir sorri lá de cima. Não há mais por que defender a mulher da vitimização que lhe é imputada. Advogar a causa resultou, no pós-feminismo, na demonização dos homens, reforçando a ideia ultrapassada do sexo frágil e fortalecendo a formação de guetos contra o assédio, que não necessariamente desrespeita.
Pode-se reverter a carência emocional como significativo de maior sensitividade e abertura de mente para todas as possibilidades em busca da felicidade, desde que não se coloque tudo nas mãos do homem para ele resolver. Senão, ele se fartará na maldita carne.

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Antonio Carlos Gaio
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