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POR QUE OS MANIFESTANTES VERDES-AMARELOS SE ENCONTRAM INERTES?

Com a Operação Lava-Jato em marcha e o juiz Moro à sua cabeça, se dizia que nos governos petistas a corrupção se institucionalizou, em flagrante contradição com o reforço e a oxigenação da Polícia Federal e o respeito à autonomia do Ministério Público, emanados desses governos com respaldo suficiente para desencadear uma operação desse porte, que culminou por vitimá-los preferencialmente pela República de Curitiba. Dilma conseguiu sobreviver às manifestações de 2013, cujo foco fomentador até hoje se desconhece, vencendo inclusive as eleições em 2014. Mas não resistiu às manifestações de 2015 que, se testadas em exame de paternidade, acusarão o mesmo DNA das ocorridas em 2013 – a mesma cara da classe média, sem o povão estar presente. Depois do impeachment de Dilma, onde está o povo que foi para as ruas clamar pelo golpe parlamentar? O povo, não! Foi a classe média branca vestida de verde-amarelo. Mas classe média não é povo? Querendo morar em Miami? Incomodada em dividir o aeroporto com seus irmãos brasileiros recém-chegados a tamanho status, deslumbrados com o porvir alvissareiro? O que foi feito dessa sociedade civil? Como se explica, por exemplo, que tenham enchido as avenidas das capitais para clamar pelo impeachment de Dilma, no considerado maior protesto da História do país e que, agora, as ruas estejam vazias de cidadãos indignados com o que se assiste diariamente na gestão Temer? Se a base que insiste em sustentar o governo golpista nas casas do Congresso promove um espetáculo vergonhoso para manter Temer no poder. O que existe por trás da personalidade e do caráter de quem foi às ruas exigir a deposição de Dilma e quem está em casa agora sem dar um pio nem bater panela? Onde está a postura e a ética das forças que organizaram aquele movimento? Se com a Dilma inventaram pedaladas, que nem mais existem em lei, para não justificar o impeachment de Temer pela mesma ilicitude. Por que o imobilismo? Por que a classe média se encontra inerte? Por que se encontra em estado de hibernação cívica diante de fatos assustadores que vêm à tona a forçar que se aumente a rodagem do dia para mais de 24 horas. Será que não há o menor arrependimento porque se sentiram vitoriosos por conseguirem o que almejavam há muito tempo ao afastar o PT do poder presidencial e ver suas principais lideranças condenadas ou presas? Até porque, no voto, a empreitada sempre tendeu para o fracasso. Ou será que, simplesmente, o povo se cansou dos confrontos políticos e da crise que daí decorre, levando na cabeça as consequências de suas escolhas? O que afinal foi feito dos verdes-amarelos, não acostumados a manifestações públicas? Crise de esgotamento? Não! O silêncio é de acabrunhamento quanto à crise que destruiu nossa economia promovida pelos golpistas que, por sua vez, culpam o governo Dilma pelo seu despreparo. Na sua grande maioria, indústria, comércio, serviços e tecnologia, a fina flor da iniciativa privada, foram para suas sacadas e bateram panelas, gritaram, vociferaram, indispuseram-se com amigos de longa data, desfilaram seu analfabetismo político pelas ruas, festejaram de modo grotesco o afastamento da presidenta, organizado por uma maioria corrupta no Congresso espalhando aos quatro ventos que o Brasil agora tinha jeito. Pois bem. São inúmeras as falências, a iminência de fechar as portas e sem perspectiva qualquer de recuperação, tal a gravidade do momento. No entanto, ninguém atribui sua desgraça ao mau passo dado para pôr abaixo o país com a crise institucional. Tampouco querem refletir para rever sua posição, insistindo que a queda livre nos últimos dois anos se deveu a Dilma e Lula. Apesar de no fundo do poço, recusam-se a abrir os olhos, com suas convicções que beiram as obsessões doentias, por não se importarem com as consequências de seus atos. A própria nobreza falida.

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Antonio Carlos Gaio
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