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QUANDO O ESPIRITISMO PÔDE CHEGAR ATÉ NÓS

Embora a doutrina espírita tenha surgido em 1857, há milênios a reencarnação já era um fundamento básico que regulava a existência na cultura oriental no fervor de suas religiões. Os fenômenos espíritas foram e são uma constante na história das religiões cristãs. Portanto, nada mais natural que no bojo do espiritismo os ensinamentos de Cristo viessem rejuvenescidos, a transparecer que voltou à vida e que precisa se manifestar de novo, de forma a insuflar maior consciência, sempre que necessário – a falta de fé é o câncer.
Em 1859, Charles Darwin publicou o seu “A Origem das Espécies”, que causou profundo impacto no pensamento científico e filosófico, com forte reação da maior parte das correntes cristãs, que consideravam a teoria da evolução das espécies uma afronta a Deus e à Bíblia.
O ser humano é tão sujeito à seleção natural quanto um micróbio. Ao quebrar com a imutabilidade do reino animal e vegetal, originada na varinha de condão de Deus, Darwin descobriu uma faceta fundamental na evolução que rege a natureza. O aperfeiçoamento gradativo de tudo que ganhou corpo e forma em consonância com a evolução dos espíritos quando se investem e desinvestem de materialidade. Transformando a relação do ser humano com a natureza das coisas.
Para os padrões ocidentais, o espiritismo de Allan Kardec é considerado revelação de uma Espiritualidade Superior, que não poderia firmar-se no seio de uma humanidade em que ainda imperava o absolutismo, o poder autocentrado e a falta de respeito a concepções novas – um mal que se retroalimenta. Era necessário que a liberdade, igualdade e fraternidade se apresentassem ao mundo e dessem fim à escravidão, com mais democracia e menos monarquia, para garantir o advento de conhecimentos renovadores, como os da filosofia espírita.
Foi preciso vencer a obscuridade da Idade Média, católicos se defrontarem com muçulmanos nas Cruzadas, haver um grande cisma pela palavra de Cristo, consagrada na Reforma. Em oposição, o Iluminismo, a racionalidade crítica no questionamento das doutrinas políticas e religiosas tradicionais. A eclosão da Revolução Francesa e a extinção da Inquisição e do Tribunal do Santo Ofício.
O espiritismo detalhado por Allan Kardec, em seus princípios essenciais, na sua obra básica – “O Livro dos Espíritos” -, sinaliza que é evolucionista, e não se fixa em um determinado ponto, permitindo que a absorção de idéias novas lhe seja incorporada; se uma nova visão se revelar, abrir-se-ão as portas. Tornando-nos responsáveis perante nós mesmos, quando sublinha no seu ideário a humildade, a doação de si mesmo e o amor incondicional a Deus e ao próximo.
O realismo da doutrina espírita decorre do fato de estar ela fundamentada na sua própria natureza. Suas deduções filosóficas são baseadas em realidades existenciais, a partir de fatos observados pelos sentidos físicos e pela recepção e interpretação adequadas de diversos estímulos sensoriais.
Allan Kardec desencarnou aos 65, mas dispunha de constituição física para viver mais cem anos, já que escreveu toda a sua obra nos seus últimos 11 anos de vida. Porém, seu coração muito sensível não resistiu às traições, insultos e calúnias, sistematicamente assacadas por espíritas fúteis e levianos.

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Antonio Carlos Gaio
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