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RELIGIÃO SE DISCUTE?

Sem querer responder nada, gostaria de dizer que respeito é uma forma de religião. Religa, evita brigas, promove comunhão.
Meu pai sempre foi ateu e eu, num determinado tempo da vida pra cá, não, mas nossas conversas sempre foram carinhosas sobre isso. “Você sabe que eu não acredito nisso, mas obrigado por me contar, filha”, afirmou docemente ele, ao me ouvir relatar que tinha falado com os pais dele já desencarnados. Só disse isso pra ele porque, ironicamente, vindo de alguém que dizia não acreditar em Deus e em nada (chegando a alimentar internamente até uma raivinha dos “crentes”), meu pai chegou e disse: “Sua mãe tá bem, filha?” e eu: “sim, por quê?”. “Por que acordei de noite ouvindo uma voz de mulher chamando meu nome”. Ele estava sozinho. Como aliás, vivia quase todas as noites de seus últimos anos de vida…
O lance é que ele foi tocado pelo meu carinho, quando respondi contando que exatamente naquela noite, ao receber e ouvir um áudio bonito com a música Ave Maria, lembrei dele. Confesso que demorei pra entender que era Ave Maria, porque fui tomada por uma sensação boa, fechei os olhos e comecei a falar como se o meu avô e minha avó estivessem ali. E eu os senti. Depois de um tempo, percebi que era a famosa oração cantada. No meu papo com os já desencarnados, estava justamente falando do sofrimento do meu pai, filho deles (este detalhe eu omiti ao próprio, claro). Chorei e tudo. Depois, me senti mais leve. E, no dia seguinte, papai me relatou sua experiência.
Tenho plena ciência de que muita gente pode pensar em explicar o que me aconteceu à luz da racionalidade, com a intenção de me explicar e provar que estou enganada, iludida, sugestionada ou qualquer outro verbo conjugado. Não é este o meu objetivo aqui agora. Só preciso ressaltar que cada um acredita no que quer, no que sua razão ou emoção, estudo ou vivência diz e tá tudo bem. Havendo amor, delicadeza, respeito e uma convivência civilizada, já basta. Não quero, nem é meu dever ensinar nada a ninguém, mas sou escritora, né? Então, escrevo como vejo, como estudo, como sinto. E compartilho amores do meu jeito.
Então, repetindo o poema: ateu ou há deus, há o meu e o teu, seja meu deus (que é nosso e pode ter outros nomes e referências) seja meu direito, meu dever, minha escolha, em qualquer aspecto da vida. Há o meu e o seu. Leia-se: você pode acreditar, escolher e fazer do seu jeito e tá tudo bem. Pra mim, a vida vai muito além de se ficar definindo quem está certo.
E pra você? Religião se discute?

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Antonio Carlos Gaio
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