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SER ENTERRADO EM PÉ, A EXIGÊNCIA
Dercy Gonçalves, nossa maior comediante, falou sério quando faleceu em 2008. Além de querer que seu caixão desfilasse em carro do Corpo dos Bombeiros, como último pedido, quis que seu corpo fosse sepultado verticalmente sob o pretexto de continuar sua caminhada após a morte. Em pé, estaria sempre viva. Muitos acharam estranho, pois não conseguiria descansar em paz se não estivesse deitada, como é a aspiração natural de todos sob o peso da religião. Quase 20 anos antes, conhecera um mausoléu de vidro em forma de pirâmide no Cemitério dos Deuses na Tailândia e decidiu atender a um pedido do anjo Milahel para que ela preparasse seu próprio jazigo sob esse formato. Ao retornar para o Brasil, Dercy sofreu um acidente de automóvel e precisou combater um câncer de estômago – um aviso do anjo para apressar a construção de seu túmulo. Vindo ela a fazer parte de um seleto grupo que exige ser enterrado de pé, mesmo porque metade da vida o homem passa deitado, lembrou o pedreiro gaúcho Osório Oliveira, morto aos 73 anos, ou conforme salientou o deputado estadual do Piauí (PTB), Humberto Reis, que nunca se curvou para ninguém, muito menos para seus adversários, e que não seria, diante da morte, que se dobraria.
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Antonio
Carlos Gaio
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