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TALVEZ VOCÊ NUNCA TENHA CONSEGUIDO AMAR

Com base no que professa a monja Jetsunma Tenzi Palmo, segunda mulher ocidental ordenada no budismo tibetano, o problema é que sempre confundimos a ideia de amor com apego. O apego que exibimos em nossas relações seria visto como amor, quando, na verdade, é só apego, e nos causa dor. Porque quanto mais nos agarramos, mais temos medo de perder, o que implica em mais sofrimento.
O apego diz “Eu te amo, por isso eu quero que você me faça feliz”. O amor genuíno diz “Eu te amo, por isso quero que você seja feliz. Se isso me incluir, ótimo! Se não, eu só quero sua felicidade!” 
Apego é como segurar com bastante força. Amor genuíno é segurar com muita gentileza, nutrindo, mas deixando as coisas fluírem. 
Quanto mais agarrarmos o outro com força, mais nós sofreremos. No entanto, é muito difícil as pessoas entenderem isso porque elas pensam que, quanto mais elas se agarram a alguém, mais isso demonstra o quanto elas se importam com os outros, mais querem cuidar, tratar bem, enfim, amar. Só que não é bem por aí. Quem assim age, procura realmente prender alguém por ter medo de que, se não for desse modo, vai acabar se machucando. 
Qualquer tipo de relacionamento no qual imaginamos que poderemos ser preenchidos pelo nosso parceiro será certamente muito complicado. Idealmente, as pessoas deveriam se unir já se sentindo preenchidas por si mesmas e ficarem juntas apenas por apreciar isso no outro, em vez de esperar que o companheiro supra essa sensação de bem-estar que elas não têm quando sozinhas.      
E essa demanda de suprir a necessidade do outro vem junto com o que é próprio do romance em que projetamos nossas ideias, ideais, desejos e fantasias românticas sobre o outro – algo que ele nunca será capaz de corresponder. Assim que começamos a conhecê-lo melhor, reconhecemos que não é o Príncipe Encantado ou a Cinderela. A menos que sejamos capazes de enxergá-los, de gostar e de sentir desejo, mas também ter bondade amorosa e compaixão, caso contrário, será um relacionamento muito difícil. 
A monja Jetsunma Tenzi Palmo não chegou a dizer que talvez você nunca tenha amado.

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Antonio Carlos Gaio
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