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UMA COMPLETA INVERSÃO DE VALORES

Cármen Lúcia alardeia que o tratamento a Lula deve ser igual ao de qualquer cidadão às voltas com a Justiça. Mas quando manteve, com seu voto de minerva, o mandato de senador do Aécio, livrando-o da cadeia apesar de carradas de provas, beneficiou, e muito, o seu candidato a presidente derrotado em 2014. Cármen Lúcia alardeia que não cede a pressões. Mas quando provêm do Globo, ela senta, cruza os braços e assimila o golpe. Os antilulistas esgoelam que desejam justiça sob a égide de Moro mas, de fato, sua noção de justiça se restringe a impedir que Lula se candidate e vença as eleições presidenciais de 2018, e que seja preso imediatamente – tanto que estão apoiando o governo Temer com seu silêncio obsequioso, fechando os olhos para a corrupção. Caso o destino de Lula não seja lacrado, xingarão o Supremo Tribunal Federal de vergonhoso e vendido por não se render aos seus interesses, e acusá-lo de cobrir Lula de privilégios, em face da não efetivação da prisão ao cabo da segunda instância só não ter se cumprido pelo fato de ele ser o ex-presidente com o maior grau de aprovação no Brasil republicano. Estão pouco se importando se o juiz inescrupuloso condenou Lula monocraticamente sem provas, combinando sua sentença com os desembargadores da segunda instância, envoltos num ardil para conduzi-lo à cadeia e fraudar as eleições. Difícil encontrar provas no instante em que a classe togada esconde debaixo da gaveta suas articulações e manipulações, judicializando a política. Portanto, uma  completa inversão de valores alegar que Lula está sendo beneficiado pelo Supremo Tribunal com a mão grande, visto que, na verdade, ele é perseguido pelo establishment, por conservadores, adeptos do escravagismo, supremacistas, ruralistas, elite, por gente que quer distância do Brasil e não dá a mínima para injustiça social e submissão de comunidades à violência de policiais corruptos, de pobres de espírito que se comportam como se ricos fossem e que não se incomodam com o futuro de sua outrora pátria. Por isso, o advogado de Lula, o saudado José Roberto Batochio, teve de se valer de uma liminar preventiva antes da decisão definitiva do Supremo, a ser proferida depois da Páscoa, sobre se prende ou não, esgotada a segunda instância. Para se acautelar de juízes que perseguem Lula a todo custo e que alavancaram a candidatura de Bolsonaro, que afronta os princípios mais elementares de justiça, como se não dessem conta de que fazem parte da alta magistratura, mas inconscientes de suas responsabilidades. Tudo é uma questão de ideologia que rege o posicionamento dos cidadãos.

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Antonio Carlos Gaio
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