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DESCRENÇA NO AMOR

Ponto final. Vivemos uma época de liberdade sexual e da busca pelo prazer. O prazer exige que seja saciado, reproduzido, multiplicado, para evitar a existência monótona e estúpida à sombra da solidão. Há que repetir o prazer exaustivamente, mesmo porque, o prazer de amanhã nunca será o mesmo de ontem. Para não pairar no ar uma sensação de repulsa e aquela pessoa do seu lado não restar incômoda. Há que despender todas as forças para satisfazer sua mente, senão corre-se o risco de cair em depressão e ficar de mal com a vida.
No entanto, evita-se a aproximação, pois se entregar é extremamente perigoso, vai que no dia, mês, ano seguinte, aquela não é a mesma colombina que mexeu com seu pierrô, tornou-se uma ilustre desconhecida, sem máscara. Seguro morreu de velho, nega-se ao amor, sabota-se os laços de ternura, romper com esse condicionamento, o pretensioso desafio. Levanta-se da mesa e deixa o pretendente chupando o dedo. Com medo de amar.
Como se fora uma borboleta que toca superficialmente as flores, a mulher rejeita o assédio despejado com tamanha ansiedade; desconfia de tanto amor. Sente-se desafiada e humilhada, com declarações feitas em público, na frente de amigos. Desfere ataques insanos, visando testar até onde vai esse amor, cantado em verso e prosa. Devido ao medo de amar, ela esvazia o relacionamento, tornando-o precário e efêmero, porque intimida.
Desdenha a tal ponto que ele vai deixando de amar e se recolhe na descrença ao amor, no descarte fácil de parceiras. Até que desiste, se desencanta, essa mulher irá lhe criar problemas e a atração sumirá do jeito que apareceu. O amor virou uma loja de conveniências, é mais seguro dissociar seus quereres do ordenamento com que a sociedade se estruturou modernamente para amar.
Faltam garantias diante da instabilidade de não saber quem eu sou e quem tu és porque não fomos preparados para um mundo em que ambos, em nome do amor… vale-tudo! Nunca os homens foram tão inseguros, devido à perfeita noção da perda de substância de sua personalidade diante da nova mulher, com sérios reflexos na arte da conquista e da sedução, outrora poderosa.
A fantasia do amor numa ilha deserta substituído pelo quartinho de hotel decadente.

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Antonio Carlos Gaio
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