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“WINTER SLEEP”

Winter Sleep

Winter Sleep

Do diretor turco Nuri Bilge Ceylan, Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2014, o mesmo cineasta de “Era uma vez na Anatólia” e “3 Macacos” (melhor diretor do Festival de Cannes em 2008). Produtor, roteirista, diretor e também editor e cinegrafista da maioria de seus filmes. Nada a ver se parte da crítica internacional critica a extrema lentidão do diretor, sua estética ou seu academicismo autoral. Desde 2002, o diretor turco vem desenvolvendo o talento para a exploração de grandes conflitos humanos nas planícies frias e isoladas de seu país, desta vez com “Sono de Inverno”, como também é intitulado. Uma obra ainda mais longa, mais profunda e mais bela, que não é arrastada nem lenta, na medida adequada para diálogos que compõem grande parte do filme, destinados a ser mais densos do que o habitual, porque expressam o conflito do intrincado quadro de relações de um ex-ator, educado e rico, que agora gerencia um hotel nas montanhas da Capadócia, além de dono de terras na região, que chega a confiscar geladeira e televisão de quem não lhes paga as dívidas, interferindo nas condições de vida dos locais. Casado com uma mulher mais jovem, mas emocionalmente separados dentro de sua própria casa, que ainda agrega sua irmã, ainda sofrendo com o divórcio de seu marido bêbado, arrependida de não ter tido paciência, e com tempo para fazer sérias restrições à qualidade do irmão como escritor e ao ator que nunca conseguiu ser. Uma vida que se revela permeada de inimizades antigas entre ele e seus conterrâneos. Quase todos, incluindo sua esposa, desprezam-no, já que ele frequentemente debochava de sua ingenuidade em levantar fundos de caridade. Não é um teatro filmado mas é um teatro falado, visivelmente influenciado nos diálogos extensos desenvolvidos sob a inspiração de Shakespeare. Ceylan diz também inspirar-se na obra literária de Anton Chekhov e Henrik Ibsen. Um filmaço à la Dostoievski! Ou será Tolstoi? Tanto que conclui sua grande obra abrindo a escritura da História do Teatro Turco, do qual pouco se sabe. Vou assistir ao filme de novo apesar de 3 horas e 15 minutos.

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Antonio Carlos Gaio
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