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A PREOCUPAÇÃO DE MORO É DE EXTINGUIR COM O MITO

Vamos tentar entrar na cabeça do juiz Moro para descobrir o que está engendrando para prender Lula nos padrões de José Dirceu – aplicando uma pena alta, que corresponderia à prisão perpétua. Já evidenciado na caça implacável ao Palocci, não valendo a pena gastar sua munição com Mantega devido ao câncer de sua esposa. Já basta Dona Mariza que, com seu arsenal de pressões, foi levada precocemente ao túmulo, sem ele demonstrar o menor remorso. Moro não irá titubear, está jogando a grande cartada de sua vida, montando o quebra-cabeça antecipado pelo apressado e imaturo procurador Delton Dallagnol com seu PowerPoint. As acusações quanto ao tríplex de Guarujá e sítio em Atibaia – Seu ou não é seu? Eis a questão -, os presentes recebidos como presidente, o apartamento alugado para seus seguranças ao lado do seu em São Bernardo, a obstrução da Justiça, que deixou de interessar com a deposição de Dilma, as palestras no exterior, cuja veracidade é fácil de ser investigada, a nova sede do Instituto Lula que não foi comprada, e que seria com recursos roubados à Petrobras, tudo isso foi e está sendo uma cortina de fumaça para provar que Lula tinha pleno conhecimento de tudo e que detinha o comando da corrupção, seja da Petrobras, seja no Brasil inteiro. Conforme denunciado pelo Duque, ex-diretor da empresa, condenado a 57 anos de prisão, calado em seus três depoimentos anteriores e há um ano tentando a delação premiada. Depoimento que, cruzado com o de Léo Pinheiro, ex da empreiteira OAS, condenado a 26 anos de prisão, justificam não trazerem provas cabais ao processo por Lula ter mandado destruí-las. Ridícula essa linha de argumentação, já que ambos, diante dos anos que iriam penar na cadeia, foram coagidos pelo juiz Moro a negociar benefícios penais com a delação prevista em lei, desde que dissessem aquilo que Moro deseja provar e pôr Lula atrás das grades. A condução coercitiva de Lula ao aeroporto de Congonhas para remetê-lo preso a Curitiba, o grampo telefônico na sua conversa com a então presidenta Dilma, a exigência de Lula estar presente nas 87 audiências de suas testemunhas de defesa, a preocupação com o acervo de presentes de Lula são indícios claros de que Moro está extrapolando para vencer o desafio de juntar todas as delações premiadas na Operação Lava-Jato que formem uma narrativa coerente e que tenham relação entre si para provar que Lula sabia de tudo, do que acontecia na Petrobras e em outros setores do Estado brasileiro, e ser o onipresente chefe de uma quadrilha que comandava até os roubos da oposição – no PSDB, DEM e PPS. Ou ser batido pela tese contrária de que todos, chantageados pela prisão preventiva, resolveram contar a mesma história, bem instruídos por seus advogados, só para incriminar Lula e corresponder às convicções de Moro. Uma história tensa, angustiante e rocambolesca, que vai escapando da realidade para virar uma novela, bem ao gosto do brasileiro, na qual o juiz Moro se obrigou a pôr as cartas na mesa e colocar Lula em xeque, num misto de pôquer, em que se aventura a jogar com o destino de seres humanos, e de xadrez, sendo necessário sangue-frio, inteligência e capacidade de previsão para se mover no tabuleiro. Não está mais em questão o papel nobre da Justiça e sim de Moro extinguir com o Mito.

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Antonio Carlos Gaio
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