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PALPITES PARA O OSCAR DA DIVERSIDADE

Dos indicados, o melhor filme deveria sair da disputa entre “Green Book” e “Bohemian Rhapsody”, embora “Roma” (ótimo, mas supervalorizado) ameace consagrar o cinema mexicano, enquanto “A Favorita”, jamais, e “Nasce uma estrela”, uma pena não levar a estatueta. Quanto ao melhor diretor, Alfonso Cuarón porá as mãos em outro Oscar, mas Spike Lee (“Infiltrado na Klan”) e Pawel Pawlikowski (“Guerra fria”) merecessem muito mais.
O melhor ator sem contestação foi Rami Malek (“Bohemian Rhapsody”), a despeito de Viggo Mortensen (“Green Book”) ter dado um banho de interpretação como carcamano. A melhor atriz seria um empate entre Lady Gaga (“Nasce uma estrela”) e Glenn Close (“A Esposa”), com Close, indicada para seis Oscar e não abiscoitado nenhum, à frente no photochart.
Barbada para Mahershala Ali (“Green Book”) em ator coadjuvante e para atriz coadjuvante, Rachel Weisz (“A Favorita”) – Emma Stone (“A Favorita”) já ganhou como melhor atriz em 2017.
Quanto ao melhor filme estrangeiro, o indefectível “Roma” perante os diversos júris a que já se submeteu, mas que, devido à expectativa, não chega a encantar. “Guerra fria” (Polônia) supera “Cafarnaum” (Líbano) e “Assuntos de família” (Japão) nesse embate de obras-primas.
Na melhor história original, “Green Book” supera “Roma” por envolver completamente o público e o tempo todo, embora a criatividade do segundo surpreenda. No roteiro adaptado de um livro, o páreo é duríssimo entre “Infiltrado na Klan”, “Se a Rua Beale falasse” (do notável escritor e pensador James Baldwin), “The Ballad of Buster Scruggs” (disponível só na Netflix e dirigido pelos altamente intelectualizados irmãos Cohen) e “Nasce uma estrela”. Na dúvida, Spike Lee impressiona mais pelo ineditismo do argumento.
Na melhor canção original, ninguém tira de “Shallow” na espetacular voz de Lady Gaga. Mas, na melhor trilha sonora, “O retorno de Mary Poppins” consagra o musical. Apesar de, em “Se a Rua Beale falasse”, ouvirmos nostalgicamente a deliciosa trilha através de LPs colocados na vitrola pelos personagens, o que mata a plateia do coração, seja jovem ou idoso.
O melhor som (edição), indubitavelmente, é do “Bohemian Rhapsody”. Já na melhor montagem, outra competição difícil de definir entre “Bohemian Rhapsody”, “Green Book” e “Infiltrado na Klan”, pois todos são redondos, fluindo esplendidamente a continuidade do filme e da história. Na dúvida, The Queens.
Na melhor direção de arte, aí “A Favorita” leva vantagem pelo fato do diretor Yorgos Lanthimos pôr-nos a passear com sua ágil câmera pelos interiores da corte inglesa do século XVIII, realçando um figurino digno de um Oscar.
Cinema é fotograma. Foto em sequência do melhor fotógrafo e merecedor do Oscar em “Guerra fria”: Pawel Pawlikowski. Ainda mais que não será laureado com o melhor filme de língua estrangeira nem de melhor diretor. Embora a pretensão do Oscar de 2019 seja o de alçar a diversidade a um patamar mais alto, em sentido contrário ao que a Humanidade hoje está decidindo, baseada em seu voto livre e soberano.

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Antonio Carlos Gaio
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