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BRANQUELOS E NEGRITOS

Ronaldinho se declarou branco ao condenar os ataques racistas nos estádios de futebol. O pai do jogador considera o filho negro, apesar de tê-lo registrado como branco.
Quem descende de negro é afro para os americanos, mesmo que seja branco. O brasileiro adota o conceito morfológico: nariz batata, cabelo ruim, beiçola e a indefectível cor onde o sarará torna impossível a classificação.
João Ubaldo não endossa teses imperialistas nem preconceituosas que, por ter nascido baiano, já é de cor. Bate o pé no chão, provém dos portugueses, mas não garante o estrago feito por eles naquelas índias nuas e gostosas que não saíam da praia e chupavam cana debaixo do coqueiro.
Para Lula, é uma questão de semântica, prefere se ocupar em combater CPI’s, fazer campanha no exterior e dissolver Severino em nitrato, ao não conseguir explicar tamanha criatividade do seu glorioso estado de Pernambuco em gerar dois fenômenos tão díspares. Lembra Freud e Jung, Pelé e Coutinho, Jararaca e Ratinho.
FHC esfriou a contenda ao confessar que tem o pezinho lá, em plena campanha em que subiu até em jegue. Com aquela cara de Sorbonne ninguém acredita. Pelé também acompanha o cacique na opção, mas só se casa com branca – cá entre nós, um puta preconceito.
Os argentinos adoram nos chamar de negritos chegados a umas macaquices, ao acusarem o golpe de só levarem vareio de nós no futebol, tomarem na tarraqueta no imperialismo do Mercosul, daí possuírem os melhores psicanalistas para analisar o tango que dançam.
Preta Gil está satisfeitíssima, com seus gatos arranhando aquelas carnes. Gilberto Gil, o inventor do gênero world music, um sucesso que percorre o mundo como cantor e ministro. O que importa é que todos querem ser bonitos e alvos da admiração da turma do gargarejo.
O preconceito vem sendo vencido pouco a pouco, as brancas se cansaram de ser bucha de canhão dos seus homônimos de raça. Ao reagirem, descobriram que muitos não dão no couro. Bastou sentir o impacto e o gosto dos neguinhos para se arrependerem do tempo perdido. Com os branquelos, o papo é outro, rola um dogma de não se curvar à sensualidade daquele pedaço de mau caminho que dará uma outra cor na fusão dos corpos. Um medo de ficar doidão e encaretar, curtindo uma ninhada para segurar o facho de globelezas.
Irreversível, não adianta voltar no tempo, o estupro como empuxo do regime colonialista miscigenou e formou nosso povo. Goza e relaxa, que as festas de São João vêm aí, com novas quadrilhas.

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Antonio Carlos Gaio
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