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TESÃO OU AMOR?

Pode existir tesão, pura e simplesmente, que perdure sem que o amor se intrometa para atrapalhar a pureza do instinto? O ideal seria a combinação dos dois. Ora, se ideal existisse, a filosofia estaria morta, ao invés da Inês. E se prolongar, vira caso? Por anos, um caso mal resolvido? Um relacionamento, ainda que o homem não admita? E por que não amor? Ah, não é isso que eu sonhei para a minha vida. Ora, vá procurar sua turma! A manutenção do tesão implica em pensar que há algo mais… o amor. Mas se tentar definir muito, o tesão se vinga e desaparece.
Então ficamos combinados assim, viva o tesão e deixa o amor em paz. Mesmo porque sentir tesão não é pouca areia pro seu caminhão, um hors-d’oeuvre que vale pelo banquete.
Há quem ache: com o tesão na mão, para que grilar com o amor? Se os habitués em matrimônio sentem inveja, perderam contato com a mágica e nutrem um medo de pôr em risco o lar construído. Não que o tesão seja a solução, mas amor sem tesão se equipara ao declínio da relação, a não ser que se busque outros valores que não cabem nesse buraco sem saída.
No tesão se vislumbra o amor, perigando quando se precipita a desafinidade de espíritos, se descobrirem que dois bicudos não se beijam. Mata a ilusão na raiz. Em compensação, se o tesão conseguir acavalar o amor, aleluia!
No sentido vulgar, tesão está vinculado a promiscuidade. Putaria versus puta mulher, já que poucos homens seguram a onda desse querer, tal a volúpia que neles desperta. Surtam na possessividade, varados pelo ciúme sonâmbulo, paranóicos com a chance de recuperação. De parar de pensar que estão dominados, ou que perderam o eixo. Ainda mais quando esse desejo não está vinculado a corpo bonito nem rostinho lindo, fator de escolha no qual a rapaziada prefere se afogar para não mergulhar em águas mais profundas – que já provaram ser o paraíso.
Como você vai enquadrar o tesão no relacionamento do dia-a-dia? A intumescência numa refrega com o molhado, para ver quem come o outro primeiro, esfrega daqui, agarra dali, o amor animal que apavora. O desejo de se permitir gozar com a cabeça aberta, ele igual a um bicho e ela, a fera, em igualdade de condições. As mulheres conseguem, sem o menor temor das conseqüências que cedo ou tarde aparecerão, até para testar suas convicções. No ápice do desvario, debocham quando tachadas de taradas, equiparadas a ninfomaníacas.
O tesão amoroso está sujeito a cortes que dão na veneta de moralistas que perderam sua vez e hora. Regulados pela ordem natural das coisas, que aceita apenas o assanhamento entre quatro paredes, já que as manifestações explícitas de paixão sexualizada constrangem quem está a zero.
A evolução civilizatória nos distanciou do primata, que procurava coadunar seu instinto com o cio da fêmea, sobrando pouco espaço para escolha; um condicionamento a caminho da submissão que não era infelicidade. Ainda.
O dicionário amoroso hoje não consegue definir os diversos gêneros de relacionamento. O tesão como condutor do amor não é capaz de consolidar relações não-matrimoniais, transfere o êxtase para o dia escolhido, onde se rejubilam. Com amor. Mas por que não pode ser assim todo dia?

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Antonio Carlos Gaio
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